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Startup usa blockchain para compensar o descarte de mais de 2,7 bilhões de embalagens plásticas

Lixo reciclado é comercializado em forma de tokens para empresas que precisam se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos

Lixo de praia carioca é coletado por empresa do Grupo Seiva (AFP/Reprodução)

Lixo de praia carioca é coletado por empresa do Grupo Seiva (AFP/Reprodução)

Uma startup brasileira está utilizando a tecnologia blockchain para transformar lixo em créditos de logística reversa e contribuir para a preservação do meio ambiente e já cresceu 600% nos últimos dois anos. Os créditos da Polen ajudam empresas a cumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece a necessidade de se reciclar 22% de todas as embalagens colocadas no mercado.

(Mynt/Divulgação)

A cleantech faz a coleta, o armazenamento, registro e comercialização de tokens, que representam, cada um, um crédito de logística reversa e correspondem a 1 kg de resíduo reciclado. Além da Polen, participam do processo a Hive e a Bee, cujo nome significa “colmeia” e “abelha” em português, respectivamente.

A Bee atua coletando resíduos sólidos, por mais de 50 pontos espalhados pela orla do Rio de Janeiro, e leva para a Hive, que é o depósito criado especificamente para unir esses resíduos sólidos e centralizar sua demanda.

Com o material nesse centro, a Polen os casdatra no blockchain e as empresas que precisam se adequar à Política Nacional de Resíduos Sólidos podem comprar os créditos de logística reversa com a Polen, fechando o ciclo da logística reversa. No primeiro semestre de 2022, a Polen conpensou 66 mil toneladas de resíduos sólidos, o equivalente a 2,7 bilhões de embalagens.

Durante o processo de logística reversa da cleantech, as notas fiscais eletrônicas são geradas para comprovar a venda dos resíduos na indústria da reciclagem, é aí que entra a tecnologia blockchain como um facilitador.

As notas fiscais eletrônicas são registradas no blockchain, tornando-se assim, tokens totalmente rastreáveis cuja falsificação é impossível. Dessa forma, cada token contém a informação necessária para certificar a validade de um crédito de logística reversa às empresas interessadas no serviço. Além disso, um relatório é disponibilizado pela Polen após a compra dos créditos.

O blockchain utilizado pela Polen é o EOS, que segue um modelo de delegated proof of stake. Conhecido em português como “prova de participação”, o mecanismo de consenso que valida as transações na rede não utiliza poder computacional, o que reduz o consumo de energia elétrica em comparação com outros formatos, como a “mineração” ou prova de trabalho.

A Polen também atua em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, por meio da Recicla Guaíba e uma parceria com a Gam3, concessionária responsável pela manutenção da orla da Praia da Guaíba.

Desde a sua fundação em 2019, a Polen já atendeu mais de 1,4 mil empresas e conta com mais de 200 cooperativas em 24 estados brasileiros cadastradas no seu marketplace.

Outro case que utiliza a tecnologia para a propagação da pauta de ESG, é do Grupo Seiva. A empresa utiliza a inteligência artificial em suas máquinas de triturar vidro, que já são adotadas pela Heineken Brasil em seu programa “Volte Sempre”. Nele consegue-se reconhecer se o material descartado é correto e fazer uma pré-seleção em mercados e condomínios.

Em todo o mundo, iniciativas em prol da preservação do meio ambiente começam a adotar a tecnologia blockchain na missão de controlar o impacto do lixo gerado. O Brasil se destaca com outras duas startups: GreenMining e Resíduos ID.

A primeira transformou 15 toneladas de plástico recicladas no Brasil em NFTs que dão acesso a um hotel em Paris, enquanto a outra venceu um desafio da prefeitura de São Paulo e utiliza a rede Ethereum para tokenizar o lixo da cidade

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