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Repórter do Future of Money
Publicado em 14 de março de 2025 às 12h02.
Empresas da Rússia estão adotando criptomoedas em negociações comerciais de petróleo com a China e a Índia. O uso dos ativos digitais se tornou uma forma de driblar sanções ocidentais impostas após o início da Guerra da Ucrânia, de acordo com informações da Reuters.
Até o momento, as petrolíferas russas estão usando ativos digitais em uma fração menor das vendas para os dois gigantes asiáticos. O bitcoin e o ether são os intermediários mais usados, mas há também o uso de stablecoins pareadas ao dólar, incluindo a USDT.
As criptomoedas são usadas para facilitar a conversão do yuan e da rúpia para o rublo russo, já que os países não podem realizar negociações em dólar ou euro devido às sanções. A China e a Índia têm ganhado cada vez mais destaque como parceiros comerciais da Rússia nos últimos anos.
Uma fonte que preferiu não se identificar afirmou para a Reuters que uma das petrolíferas russas já movimenta "dezenas de milhões de dólares" mensalmente por meio de criptomoedas em negociações com a China. Não foram revelados valores exatos das movimentações.
A adoção do bitcoin, do ether e de outros ativos digitais começou em dezembro de 2024, após a Rússia aprovar mudanças legislativas que permitiam o uso de moedas digitais para pagamentos internacionais. À época, o país já havia informado que o objetivo era contornar sanções.
O governo russo disse recentemente que as sanções ocidentais não têm sido capazes de impedir o uso de criptomoedas pelas empresas do país. Com isso, os ativos digitais se tornaram uma das "ferramentas mais eficazes" nos esforços para driblar essas restrições comerciais.
A adoção crescente desses ativos por empresas russas reflete um movimento semelhante por parte do governo. Um relatório divulgado pela Chainalysis em setembro de 2024 aponta que o país está desenvolvendo uma "infraestrutura cripto" para conseguir contornar as sanções.
Segundo o relatório, o movimento está sendo liderado pelo Banco Central da Rússia e envolve a incorporação das criptomoedas na infraestrutura financeira do país. Entre as medidas, estão a facilitação de mineração de criptomoedas e a adoção dos ativos como forma de pagamento, ajudando a reduzir a dependência do dólar.
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