Sam Bankman-Fried, founder and chief executive officer of FTX Cryptocurrency Derivatives Exchange, during an interview on an episode of Bloomberg Wealth with David Rubenstein in New York, US, on Wednesday, Aug 17, 2022. Crypto exchange FTX US is expanding its no-fee stock trading service to all US users, including non-crypto investors, in a move to expand its customer base and increase assets under custody. Photographer: Jeenah Moon/Bloomberg via Getty Images (Bloomberg/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 28 de março de 2024 às 17h31.
Última atualização em 28 de março de 2024 às 17h44.
O mercado de criptomoedas foi pego de surpresa em novembro de 2022 com uma série de acontecimentos que culminaram no colapso da FTX, então terceira maior corretora do setor. Em meio a uma corrida por saques e o risco de falência, o mundo tomou conhecimento dos problemas da empresa e seu criador, que havia se tornado um dos mais jovens bilionários do mundo, perdeu tudo e foi condenado a 25 anos de prisão nesta quinta-feira, 28.
Sam Bankman-Fried, ex-CEO e fundador da FTX, se tornou um dos mais jovens bilionários do mundo ao apostar no mercado de criptomoedas para empreender. Com um crescimento meteórico, a corretora fundada em 2019 o gerou uma fortuna bilionária, a qual Bankman-Fried prometia doar 99% para a caridade.
No entanto, agora a doação não será mais possível, já que com o colapso da FTX, empresa que Bankman-Fried detinha participação de 53%, o ex-bilionário perdeu tudo e foi preso. A FTX está há um tempo em um processo de falência que dificilmente pagará o prejuízo bilionário de investidores, segundo o novo CEO.
Tudo começou com uma revelação sobre o balanço da Alameda Research, uma das empresas ligadas à FTX, temores de que a empresa poderia não honrar com seus saques em uma possível crise do mercado começaram a surgir.
Isso porque 30% do balanço da Alameda Research era composto de FTT, um token emitido pela FTX. Com uma crise de liquidez à vista, muitos investidores, incluindo a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, optaram por vender suas posições em FTT, dando início ao colapso que fez a FTX bloquear os saques em sua plataforma.
Segundo dados do Índice de Bilionários da Bloomberg, o CEO da FTX detinha uma fortuna de cerca de US$ 15,2 bilhões antes do colapso da empresa. Em apenas um dia, suas perdas foram de US$ 14,6 bilhões em novembro de 2022.
Com mais de 94% de sua fortuna eliminada da noite para o dia, esta foi a maior perda de riqueza que um bilionário já teve, segundo a Bloomberg. Sam Bankman-Fried também deixou de integrar a lista das 500 pessoas mais ricas do mundo da Bloomberg.
Curiosamente, a perda recorde ainda foi menor do que o pretendido pelo ex-bilionário, que chegou a afirmar em diversas ocasiões sua intenção de doar 99% de seu patrimônio para a caridade. Na época, sua fortuna era avaliada em US$ 21 bilhões.
Autodenominado “altruísta eficaz”, Sam Bankman-Fried havia prometido realizar doações de grande porte para causas as quais apoiava.
O CEO ficou conhecido como um dos “salvadores” do mercado de criptomoedas, após ter enviado quantias bilionárias para empresas em risco de falência durante o “inverno cripto”, momento de queda na cotação das principais criptomoedas que se estendeu ao longo de 2022.
Ele também foi um dos maiores doadores políticos dos Estados Unidos este ano. Em apoio ao partido democrata, Bankman-Fried prometeu gastar até US$ 1 bilhão com candidatos que estivessem alinhados com a missão de preparar o mundo para futuras pandemias.
No entanto, muitos especularam sobre seu interesse em aprovar regulações de criptomoedas favoráveis à FTX nos Estados Unidos, país com forte influência neste mercado em todo o mundo.
O executivo, que se tornou bilionário antes dos 30 anos, foi de um dos queridinhos do Congresso americano para o protagonista de um dos maiores colapsos do mercado de criptomoedas.
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