Future of Money

Queda nos mercados de ações e de criptomoedas pode ser apenas metade do caminho, diz Michael Burry

Famoso por ter previsto e lucrado com a crise de 2008, investidor cita risco de queda ainda mais acentuada para mercados de ações e de criptomoedas

Michael Burry já alerta sobre queda de ações há algum tempo; agora, diz que "estamos no meio do caminho" (Jim Spellman/Getty Images)

Michael Burry já alerta sobre queda de ações há algum tempo; agora, diz que "estamos no meio do caminho" (Jim Spellman/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2022 às 17h05.

Última atualização em 4 de julho de 2022 às 11h26.

Um dos gestores de fundos de hedge mais famosos de Wall Street, Michael Burry, que ficou famoso por prever a crise de 2008, usou as redes sociais para comentar sobre as quedas nos mercados de ações e de criptomoedas. E demonstrou pessimismo: para ele, a queda dos últimos meses foi apenas a "metade do caminho".

“Ajustado pela inflação, o S&P 500 caiu 25%–26%, Nasdaq caiu 34%–35% e o bitcoin caiu 64%–65% no primeiro semestre de 2022. Isso foi uma compressão de múltiplos. Em seguida, compressão de lucros. Então, talvez estejamos no meio do caminho” escreveu Burry, que teve sua relação com a bolha imobiliária dos EUA contada no filme A Grande Aposta, no Twitter, onde é bastante ativo, mas apaga as mensagens enviadas pouco depois de publicá-las.

Michael Burry publicou a mensagem pouco depois que o índice S&P 500 registrou sua queda mais acentuada em um primeiro semestre em mais de 50 anos — foi o pior resultado desde 1970. O índice Nasdaq, focado em empresas de tecnologia, também encerrou junho com o seu pior primeiro semestre já registrado. O bitcoin, por sua vez, teve o pior mês de sua história e fechou sua maior queda trimestral em mais de dez anos.

Com a inflação recorde nos EUA, o banco central do país aumentou significativamente a taxa de juro, tornando empréstimos mais caros e diminuindo o apetite dos investidores por risco, cenário que foi maximizado por outros fatores macroeconômicos, como a desaceleração da economia chinesa, a guerra entre Rússia e Ucrânia, entre outros.

Assim, mercados de risco como de ações e de criptomoedas têm sentido os efeitos dessa situação, com fortes quedas registradas desde o início do ano e, principalmente, no último mês, quando o Fed fez o maior aumento na taxa de juros em quase 30 anos, de 0,75%.

Burry, aliás, já havia comentado sobre o potencial de queda no mercado de ações há alguns meses. Em maio, sugeriu uma queda de mais de 50% para o S&P 500. Antes, já tinha criticado o preço de ações das maiores empresas dos EUA, algumas avaliadas em quase o dobro de sua receita.

Ele também já alertou sobre uma perspectiva de queda nos índices de consumo nos EUA, motivado por aumento da dívida dos consumidores. Se confirmado, isso, segundo o investidor, poderia frear o crescimento econômico no país e, como reduziria o lucro das empresas, poderia jogar o preço de suas ações ainda mais para baixo. Neste caso, devido à correlação entre o mercado cripto com as ações americanas, o preço do bitcoin e outros ativos digitais também poderia ser impactado negativamente.

Recentemente, Burry também já havia feito outra publicação criticando o mercado cripto e reforçando a correlação do bitcoin com o mercado de ações. Na mensagem, ele questionava se a criptomoeda "não seria só mais um ativo de risco no Nasdaq 100".

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:AçõesBitcoinCriptomoedasCrise econômica

Mais de Future of Money

Senadora pede explicação para venda de bitcoin pelos EUA e alerta para prejuízos anteriores

Próximo secretário do Tesouro dos EUA afirma ser contra criação de Dólar Digital

Criptomoeda meme dogecoin pode ganhar ETF nos EUA ainda em 2025, diz empresa

Tether, maior empresa de stablecoins do mundo, anuncia mudança de sede para El Salvador