Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 17h02.
Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 17h43.
A mineração de bitcoin - o processo responsável por liberar novas unidades da criptomoeda no mercado - cresceu nos últimos anos e agora é associada a grandes negócios e operações, que movimentam milhões e contam com uma infraestrutura robusta. Entretanto, alguns projetos menores ainda existem ao redor do mundo, e com soluções criativas.
É o caso do Bitcoin Lake, ou Lago Bitcoin. Criada em 2022, a iniciativa não tem como objetivo gerar lucros milionários ou ganhar escala, mas sim incentivar a preservação do Lago Atitlán, que tem 130 quilômetros quadrados de área e fica localizado na Guatemala, um país da América Central, com diversos vilarejos no entorno. Para isso, a chave do projeto é combinar ações de sustentabilidade com a mineração da criptomoeda.
Os criadores da iniciativa a classificam como um "projeto de economia circular do bitcoin", que busca evitar o desperdício de recursos e o impacto na natureza da má gestão de resíduos. A chave da iniciativa está no óleo de cozinha, em especial o óleo que é descartado após o uso.
Quando descartado de forma incorreta, esse óleo é extremamente poluente, em especial quando ele acaba em rios ou lagos, afetando a flora e fauna locais. Esse é um problema identificado no Lago Atitlán, dando origem a várias iniciativas de despoluição da região.
A mais eficiente, porém, é o Lago Bitcoin. Patrick Melder, um dos fundadores do projeto, explicou em entrevista à Bitcoin Magazine em 2022 que a iniciativa busca limpar o lago, educar a comunidade local sobre bitcoin e também juntar as ações de despoluição com uma fonte de renda para a comunidade.
Uma vez que o óleo é coletado no lago, ele é queimado, gerando a energia que alimenta os poderosos computadores da operação de mineração da criptomoeda. A operação tem uma escala pequena, sem capacidade para obter grandes quantias da moeda digital, mas gera renda onde, antes, só havia desperdício.
Além da operação de mineração, o projeto também conta com ações educativas para crianças sobre o bitcoin e busca incentivar comércios locais a aceitar a criptomoeda como forma de pagamento, ajudando na sua inserção na economia local e dando mais usabilidade para os frutos da iniciativa.
"Todos os líderes comunitários e os cidadãos do lago estão preocupados com o meio ambiente, mas existem ferramentas e recursos limitados para resolver o problema. Portanto, nosso objetivo é criar uma utilização em 'escala móvel' de energia desperdiçada ou retida para extrair bitcoin e, no processo, limpar o lago e criar riqueza nas comunidades", explica Melder.
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