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Prefeitura de SP cancela Virada Cultural no metaverso, que custaria R$ 10 milhões

Licitação que previa a realização do evento em formato físico e digital foi questionado pelo TCM; evento agora seguirá formato de anos anteriores, sem metaverso

Virada Cultural no metaverso é cancelada (Reprodução/Reprodução)

Virada Cultural no metaverso é cancelada (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 28 de abril de 2023 às 12h51.

Os planos da Prefeitura de São Paulo em realizar a Virada Cultural de 2023 no metaverso foram abandonados pela gestão Ricardo Nunes (MDB) na noite da última quinta-feira, 27, após o questionamento do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM) quanto ao valor da contratação, que custaria cerca de R$ 10 milhões aos cofres públicos.

A justificativa para o cancelamento, segundo a Prefeitura, seria a falta de tempo hábil para responder ao questionamento do TCM. O Tribunal de Contas chegou a recomendar o adiamento do evento, mas este segue confirmado em sua forma física para os dias 27 e 28 de maio. O cancelamento abordou apenas a versão virtual do evento, que aconteceria no metaverso.

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“A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Especial de Comunicação, esclarece que a licitação para realização da Virada Cultural no Metaverso está suspensa em função dos questionamentos feitos”, afirma a gestão Nunes.
“Dessa forma, por falta de tempo hábil, o modelo não será realizado na Virada Cultural 2023”, acrescenta o comunicado da Prefeitura.

O investimento de R$ 10 milhões para a realização da Virada Cultural no metaverso gerou discussões entre membros da política brasileira. Nomes como Guilherme Boulos e Erika Hilton questionaram o valor, que corresponderia a 50% do que foi gasto na última Virada Cultural, segundo o TCM.

A licitação da Prefeitura de São Paulo ainda apresentava “pontos críticos que indicam irregularidades no processo”, segundo o conselheiro João Antonio, relator do processo do TCM.

Ele também questionou ausência de estudo técnico e de demonstração do formato do evento, “inexistindo nas pesquisas realizadas diferenças entre as propostas”.

Questionamentos do TCM

Confira alguns dos questionamentos do Tribunal de Contas do Município de São Paulo sobre o edital para a realização da Virada Cultural no metaverso em 2023, compilados pelo G1:
• Falta de clareza sobre o formato do evento
• Orçamentos foram apresentados por empresas privadas e não por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), como define o edital. A pesquisa de mercado sobre o tema também foi realizada por uma empresa privada.
• Os orçamentos não condizem com a forma de contratação pretendida (Termo de Fomento) comprometendo a obtenção do custo e consequentemente impossibilitando que se estabeleça como parâmetro tal valor.
• Falta de um estudo técnico que garanta a participação e o engajamento da população no evento no metaverso.
• Diferenças entre as propostas ofertadas durante as pesquisas de preços realizadas e presentes no edital
• O investimento "de aproximadamente R$ 10 milhões, à Virada Cultural no metaverso, representa metade do valor investido na Virada Cultural realizada no ano de 2022”.

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