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Repórter do Future of Money
Publicado em 18 de maio de 2023 às 11h08.
O bitcoin opera em alta nesta quinta-feira, 18, com um movimento de recuperação em relação à queda na véspera. Mesmo assim, o ativo segue com uma forte lateralização, refletindo tanto uma baixa liquidez no mercado quanto as incertezas entre investidores quanto ao cenário macroeconômico global, envolvendo ciclos de alta de juros e as discussões sobre o teto da dívida nos Estados Unidos.
De acordo com dados da plataforma CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado opera em alta de 2,1% nas últimas 24 horas, cotada a US$ 27.252. Já o setor como um todo acumula uma valorização de 1,5%. O SNX, da Synthetix Network, e o OP, da Optimism, estão entre os destaques de alta, com o AXS, da Axie Infinity, liderando as quedas após a forte alta na véspera.
Nas últimas semanas, o preço do bitcoin tem alternado em uma faixa entre US$ 26 mil e US$ 29 mil, com dificuldades para superar a barreira de US$ 30 mil. Para Fernando Pereira, gerente de conteúdo Bitget, o cenário reflete uma oferta cada vez menor do ativo efetivamente disponível para negociação entre investidores.
"Mais de 15 milhões de BTCs estão nas mãos de investidores de longo prazo, enquanto os BTCs nas mãos dos investidores de curto prazo estão nas mínimas de 2023. Isso significa que a oferta por BTCs está cada dia menor, visto que investidores de longo prazo não costumam vender seus ativos", explica. Mesmo assim, ele ressalta que a situação é um "sinal muito otimista" para a criptomoeda, já que representa uma aposta em valorizações futuras.
Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, destaca que o setor também tem sido prejudicado por uma incerteza generalizada no mercado. "A dúvida predominante se concentra na decisão do Federal Reserve em relação ao ciclo de aperto monetário. A incógnita é se haverá continuidade neste ciclo ou se ocorrerá uma pausa", comenta o analista.
"Enquanto alguns dados econômicos têm mostrado resiliência da inflação, fator que poderia justificar a continuação da elevação dos juros, outros indicam uma redução gradual da atividade econômica, sinalizando a possível necessidade de alívio na política monetária", diz Ferreira. Com a incerteza, a tendência é de lateralização dos ativos até que o cenário fique mais claro.
Ao mesmo tempo, um possível acordo nos Estados Unidos para elevação do teto da dívida pode animar o mercado, evitando os efeitos negativos de um calote. Para Ferreira, "notícias promissoras" sobre o acordo ajudam o bitcoin e outras criptomoedas a subir, refletindo o humor atual entre os investidores.
Até o dia 15 de maio, o bitcoin acumula uma valorização de mais de 60% em 2023, mas atualmente enfrenta uma lateralização, alternando entre US$ 27 mil e US$ 29 mil. Para especialistas, essa valorização está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.
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