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Repórter do Future of Money
Publicado em 9 de abril de 2025 às 09h30.
O Bernstein divulgou um relatório na última terça-feira, 8, em que avalia que a performance do bitcoin em meio à forte queda no mercado financeiro com as tarifas do governo Trump tem sido "impressionante". Para os analistas da gestora, a criptomoeda tem apresentado uma resiliência inesperada.
No relatório, os analistas pontuam que, historicamente, o bitcoin chega a registrar quedas de 50% a 70% em períodos de crises financeiras intensas, citando como exemplo a forte queda no início da pandemia de Covid-19. Dessa vez, porém, o comportamento do ativo tem sido diferente.
"O atual comportamento de preço do ativo, com queda de 26%, indica que a demanda pelo bitcoin está vindo de um capital mais resiliente", segundo o Bernstein. Isso significa que a criptomoeda está conseguindo manter mais investidores e capital mesmo em meio à crise.
A gestora também afirma que as variações de preço no curto prazo também não excluem a capacidade que a criptomoeda tem demonstrado no longo prazo de ser uma reserva de valor digital. E a tendência, segundo o relatório, é que essa característica ganhe cada vez mais força.
Para o Bernstein, o bitcoin deve se consolidar como uma versão "mais volátil e mais líquida" do ouro, oferecendo uma alternativa para investidores interessados em reservas de valor. Entretanto, esse cenário ainda deve demorar mais tempo para se concretizar.
A avaliação sobre a "resiliência" nova do bitcoin também foi citada por André Portilho, sócio e head de Digital Assets do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), em uma entrevista exclusiva. Para ele, essa característica é a grande novidade da criptomoeda.
O executivo ressalta que a criptomoeda "seguiu o fluxo" do mercado e caiu junto com os demais ativos, mas teve uma diferença relevante: "Ele caiu menos, muito menos. Enquanto o S&P e o Nasdaq acumulam quedas de dois dígitos desde a posse [de Donald Trump], ele ainda está no positivo".
Portilho ressalta que, desde a eleição do presidente dos Estados Unidos em novembro, a criptomoeda ainda acumula uma valorização de 17%. Já o S&P soma perdas de 11%, e o Nasdaq, de 13%. O dado é ainda pior para as ações das chamadas "7 Magníficas", as maiores empresas de tecnologia do mercado, que desvalorizaram 17% no mesmo período".
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