Repórter do Future of Money
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 17h28.
A Ethereum deverá ganhar até o final de março uma nova atualização, a Pectra. Proposta em novembro de 2023, o projeto está em desenvolvimento desde então, com implementação prevista para as próximas semanas. E a novidade chega em meio a um momento adverso do blockchain.
Desenvolvedores ligados ao projeto lançaram na última segunda-feira, 24, a rede de testes da atualização. A ideia é que o conjunto de mudanças seja devidamente avaliado antes de uma implementação oficial no blockchain, de forma a evitar riscos ou efeitos indesejados.
A Pectra é a terceira grande atualização do projeto desde o The Merge, que ocorreu em 2022 e trouxe o maior conjunto de mudanças na história da Ethereum, com um novo mecanismo de consenso. Desde então, a rede já passou pelas atualizações Shanghai e Dencun.
A Pectra é uma atualização da Ethereum com foco em escalabilidade na rede, ou seja, uma capacidade de processar um número maior de operações em menos tempo. A ideia é que as novidades facilitem a implementação de grandes projetos e ajudem a atrair mais desenvolvedores e usuários.
Uma das principais mudanças com a atualização é a chegada da abstração de conta, ou account abstraction, o que permitirá que usuários paguem taxas na rede em outras criptomoedas criadas na Ethereum, não necessariamente o ether. A ideia é dar mais autonomia e controle para os usuários.
Os responsáveis pelas mudanças também esperam que elas tragam mais eficiência para a rede e também flexibilizem o staking, prática em que unidades de ether precisam ser bloqueadas no blockchain para que o usuário atue como validador de transações. O limite em staking será elevado de 32 unidades para 2.048.
A expectativa dos desenvolvedores é que a Pectra seja implementada até a metade de março. Entretanto, ela será dividida em duas fases. A primeira será focada em reduzir taxas para usuários e o tempo na fila para processamento de transações, aumentando a escalabilidade da rede.
Também serão implementadas medidas como a abstração de contas, o novo limite para staking e novos tipos de carteiras digitais para facilitar a recuperação de contas. Outra funcionalidade permitirá que projetos subsidiem taxas para usuários, podendo potencialmente zerá-las.
Já a segunda fase trará a outras otimizações voltadas para o armazenamento de dados no blockchain, buscando aumentar a eficiência da Ethereum. A expectativa é que essas mudanças sejam implementadas entre o fim de 2025 e o início de 2026.
A Pectra chega em um momento complexo para a Ethereum. O blockchain tem sofrido uma forte concorrência tanto de redes de segunda camada ligadas a ele quanto de redes de primeira camada independentes, com destaque para a Solana.
A principal crítica feita à rede é que ela ainda possui uma escalabilidade limitada, com taxas potencialmente altas e mais tempo para processar operações. Com isso, projetos têm priorizado 0utros blockchains, o que por sua vez impacta no preço do ether, a sua criptomoeda nativa.
A nova atualização surge como uma resposta a essas críticas, mas ainda não está claro se ela conseguirá resolver todos os problemas e reverter a desvalorização do ether e a perda de usuários e projetos que têm atingido a Ethereum.
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