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Parceira do PayPal e Nubank tem Brasil como foco no mercado cripto global

Em entrevista exclusiva à EXAME, executiva da Paxos falou sobre atual panorama do mercado de criptomoedas e vantagens do Brasil

Paxos é uma das principais fornecedoras de infraestrutura blockchain no mundo (Blackdovfx/Getty Images)

Paxos é uma das principais fornecedoras de infraestrutura blockchain no mundo (Blackdovfx/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 14h00.

A Paxos, uma das líderes mundiais na área de infraestrutura blockchain, tem uma presença no Brasil com destaque para parcerias com gigantes do mercado como o Nubank e o Mercado Pago. Globalmente, a empresa é também parceria do PayPal. E, apesar da atuação internacional, o mercado brasileiro tem despontado como um dos focos da companhia.

É o que revelou Juliana Schlesinger, Enterprise Partneship Manager da Paxos, em uma entrevista exclusiva para a EXAME. Segundo a executiva, a atenção maior que o Brasil vem recebendo de empresas internacionais de cripto reflete uma série de condições favoráveis reunidas pelo mercado brasileiro.

"A Paxos é dos Estados Unidos, mas tem um olhar mundial e quer ser regulada a nível global, alinhada aos requerimentos em torno das VASPs [Provedoras de Serviços de Ativos Virtuais, em inglês]. O Brasil é um celeiro de startups e hoje trabalhamos com grandes players, somando 20 milhões de carteiras digitais ativas no Brasil, e isso gera uma atenção para o país", destaca.

Uma das principais vantagens que o mercado brasileiro tem oferecido é a postura do Banco Central em relação ao mercado de criptomoedas. Schlesinger avalia que a autarquia está "alinhada com o que a Paxos busca, de ir ao lado do regulador do mercado, com regras para falências, manter ativos dos clientes segregados, garantindo a proteção do consumidor. São coisas difíceis, mas para ganhar escala precisa de segurança".

Graças a essa postura, com avanços regulatórios importantes em 2023, ela explica que o Brasil "cada vez mais tem sim o foco da Paxos", por mais que a empresa também esteja monitorando e atuando em outras jurisdições amigáveis, caso de Singapura e da própria União Europeia, que também aprovou neste ano uma regulação para o setor.

"Mas o Brasil fica em uma posição de prioridade pela consistência do Banco Central, que olha para o mercado de forma inteligente, para garantir que o país tenha uma visibilidade global em relação a como está evoluindo, para onde a economia do país está indo, essa nova infraestrutura digital. O Banco Central está conectando os pontos de forma consistente para criar casos de uso de forma fácil", ressalta.

Schlesinger diz ainda que o interesse da Paxos se manteve mesmo com a decisão recente de uma de suas parceiras, o PicPay, de suspender a oferta de serviços de investimento em criptomoedas. A executiva comenta que o PicPay "tem muitas soluções para o usuário, então foi uma questão de priorizar produtos, recursos, são decisões de negócios. Mas vem sendo um parceiro incrível, com muita transparência".

Já sobre as perspectivas para o mercado global de criptoativos, a executiva destacou que o lançamento de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de preço à vista de bitcoin ainda não está totalmente claro, mas esse novo tipo de produto possibilitaria "novas formas de soluções financeiras, empoderando mais a tecnologia e movimentando. Possivelmente vai ser aprovado, parece estar em uma fase final".

A executiva afirma ainda que a postura dura da SEC em relação às empresas de criptomoedas - que atingiu inclusive a Paxos - mostra que ainda há a necessidade do regulador ter um aprendizado em relação ao setor, evitando inibir a criatividade. Mesmo assim, ela espera que o regulador "vá busca o tom para normalizar essa relação".

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