(matejmo/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 10 de março de 2022 às 12h31.
Após uma alta de quase 10% na última quarta-feira, o preço do bitcoin voltou a cair na madrugada esta quinta, 10, jogando fora praticamente todos os ganhos do dia anterior.
O movimento de alta foi motivado pelo anúncio de que o presidente Joe Biden assinaria um decreto para regulamentar as criptomoedas nos EUA. Isso animou o mercado, que acredita que uma maior clareza regulatória ajudará no crescimento do setor e na adoção dos criptoativos por investidores institucionais.
O decreto de Biden se concentra em seis áreas principais: proteção ao consumidor, estabilidade financeira, combate a atividades ilícitas, competitividade dos EUA na indústria global, inclusão financeira e inovação responsável.
Logo após o anúncio, o preço do bitcoin disparou, passando de cerca de 39.000 dólares para mais de 42.500. Mas a alegria dos investidores durou pouco. Cerca de 24 horas depois, a empolgação com o anúncio do decreto diminuiu consideravelmente. “Apesar do mercado ter reagido positivamente à declaração, o impulso não foi forte o suficiente para superar a resistência dos 42.000 dólares”, disse Vijay Ayyar, da Luno, à mesma publicação.
“Os objetivos do decreto não são ruins. Todos nós queremos a mesma coisa: queremos proteger os investidores, especialmente os pequenos. Mas o decreto não orienta o governo a tomar medidas proativas para nutrir o crescimento da tecnologia”, explicou Guy Gotslak, cofundador da plataforma de investimento em criptomoedas My Digital Money, à CNBC.
Na madrugada desta quinta, o movimento comprador perdeu força e, depois do preço do bitcoin não conseguir superar a faixa dos 42.000 dólares, sofreu forte queda, que chegou a 8%, batendo 38.600 dólares na mínima do dia.
No momento, o bitcoin é negociado a 39.600 dólares, com queda de 5,9% em relação ao preço de 24 horas atrás. Na semana, já são quase 11% de queda acumulada.
Essa leve recuperação entre a mínima do dia e o preço atual aconteceu após a divulgação dos dados sobre a inflação nos EUA, que registrou, em fevereiro, um salto anual de 7,9%, o maior desde 1982. Preços ao consumidor, alimentação, energia e alugueis tiveram altas acima do esperto, ao mesmo tempo em que o valor do salário real dos americanos registrou uma das maiores quedas desde 2007.
Como tem características que, para muitos especialistas, fazem do bitcoin uma boa proteção contra a inflação - é escasso, descentralizado, entre outros fatores - os números divulgados pelo governo dos EUA podem impulsionar o preço do bitcoin e outros criptoativos nas próximas horas.
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