Hong Kong aprovou ETFs de bitcoin e ether pela primeira vez (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 2 de maio de 2024 às 15h07.
Aguardados pelo mercado, a estreia dos ETFs de preço à vista de bitcoin e ether em Hong Kong acabou decepcionando investidores na última terça-feira, 30, com dados que apontavam que os fundos tiveram cerca de US$ 12 milhões em volume negociado. Entretanto, novos dados apontam que o lançamento foi maior que o divulgado inicialmente.
Nesta quinta-feira, 2, o analista de ETFs da Bloomberg Eric Balchunas divulgou dados que apontam que, no primeiro dia, os fundos de investimento nas criptomoedas chegaram à marca de US$ 292 milhões em ativos sob gestão, número consideravelmente superior ao primeiro dado divulgado.
Os novos dados apontam ainda que os ETFs de bitcoin foram os que mais atraíram investimentos, com destaque para os três fundos lançados pelas divisões regionais de três grandes gestoras de investimentos da China: a ChinaAMC, a Harvest e a Bosera Capital, com valores de US$ 124 milhões, US$ 63 milhões e US$ 61 milhões, respectivamente.
Apesar disso, Balchunas revelou que os ETFs de ether possuem 15% de todos os ativos sob gestão dos fundos. "O tamanho [dos fundos] parece ter importado mais que as menores taxas para atrair investidores nesse primeiro dia de negociação", ressaltou ainda o analista.
Os novos números chamaram a atenção de Balchunas principalmente por serem significativamente maiores que o esperado inicialmente. O valor representa mais de 20% da projeção total da Bloomberg para os próximos dois anos, com a estimativa de que os fundos somariam US$ 1 bilhão em ativos até 2026.
O valor observado logo na estreia dos ETFs está "bem adiantado em relação ao nosso cronograma", disse Balchunas. Mesmo assim, ele destacou que "correções podem acabar mudando essa trajetória, como estamos vendo nos Estados Unidos", onde os fundos de bitcoin enfrentaram um forte fluxo de saída de investimentos nesta semana.
Questionado sobre a divergência entre o primeiro valor reportado e o segundo, Balchunas explicou que a maior parte dos US$ 292 milhões em ativos são, na verdade, parte do chamado "seed capital", que costuma ser usado pelas gestoras para iniciar as operações do fundo.
O valor investido nessa modalidade "não foi registrado como volume. Nos Estados Unidos, há um adiamento do aporte de capital inicial até o dia de estreia para que o volume pareça muito maior, o que ajuda na divulgação". Em Hong Kong, porém, essa divulgação é apenas posterior, o que resultou na impressão de que a estreia dos ETFs ficou abaixo do esperado.