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Nova tendência? Reserva de bitcoin criada pelos EUA ainda é raridade ao redor do mundo

Donald Trump assinou decreto que cria uma "reserva estratégica de bitcoin", citando "vantagem de estar entre as primeiras nações" a adotar ativo

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 7 de março de 2025 às 11h20.

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Com a criação de uma reserva estratégica de bitcoin, os Estados Unidos agora fazem parte de um grupo seleto de países que usam a criptomoeda como um ativo de reserva. Na noite da última quinta-feira, 6, o presidente Donald Trump assinou um decreto que criou a reserva, baseada em unidades da moeda digital apreendidas pelo país.

A própria ordem executiva assinada por Trump reconhece o pioneirismo dos Estados Unidos com o projeto: "Como há uma oferta fixa de unidades de bitcoins [21 milhões], há uma vantagem estratégica em estar entre as primeiras nações a criar uma reserva estratégica de bitcoin".

Dados de empresas de monitoramento de blockchain indicam que, no momento, os Estados Unidos possuem cerca de 207 mil unidades da criptomoeda que foram apreendidas em diversas operações policiais. Considerando o preço atual do ativo, o valor ultrapassa os US$ 18 bilhões.

Com o decreto, o governo proibiu a venda desses ativos, optando por usá-los como uma forma de reserva de valor. O documento compara o bitcoin a um "ouro digital", destacando que sua escassez e demanda crescente justificariam a sua adoção como forma de proteger o valor do dólar.

Quais países têm bitcoin?

Dados mais recentes indicam que ao menos sete países contam hoje com unidades de bitcoin sob custódia. Entretanto, é preciso separar aqueles que possuem reservas estratégicas da criptomoeda, os que investem nela e os que apenas apreenderam o ativo em operações.

O primeiro país a criar uma reserva estratégica de bitcoin foi El Salvador, que também adotou o ativo como moeda de curso legal em 2021. Desde então, o governo tem realizado diariamente compras de 1 unidade da criptomoeda. No momento, ele soma 6 mil unidades, avaliadas em US$ 544 milhões.

Os Estados Unidos se tornaram o segundo país do mundo a implementar uma reserva da criptomoeda. Entretanto, diversos países estão avaliando projetos de lei que criariam fundos semelhantes, incluindo a Alemanha, o Japão, o Brasil, a Rússia, a República Tcheca e a Polônia.

Há, ainda, o caso do Butão. A pequena nação asiática surpreendeu o mercado ao revelar que detém 13 mil unidades de bitcoin, equivalentes a US$ 1,16 bilhão. As criptomoedas não foram compradas, mas sim mineradas. O país nunca afirmou que os ativos compõem uma reserva estratégica, e eles estão sob custódia da Druk Holdings, empresa de investimentos do país.

Já a Ucrânia soma atualmente 46 mil unidades da criptomoeda, avaliadas em US$ 4,1 bilhões. O país recebeu os ativos como parte de doações para apoiar a guerra contra a Rússia, e não está claro como, exatamente, o governo ucraniano tem usado essas moedas.

Por fim, há os países que apenas apreenderam unidades de bitcoin e podem vendê-las a qualquer momento. A China conta com 194 mil unidades, cerca de US$ 17 bilhões. O Reino Unido conta com 61 mil unidades, ou US$ 5 bilhões, e a Finlândia conta com 1,9 mil unidades, ou US$ 177 milhões. A Alemanha vendeu todas as suas unidades em 2024.

Para especialistas, a tendência é que a criação de uma reserva estratégica de bitcoin pela maior economia do mundo incentive, ou até force, outros países a seguir o mesmo caminho. Nesse sentido, o pequeno grupo de países com reservas da criptomoeda pode aumentar em breve.

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