CryptoPunks é uma das coleções de NFTs mais valiosas do mundo (CryptoPunks/Reprodução)
Os tokens não fungíveis (NFTs) ganharam o mundo em 2020, conforme o convívio social se tornou cada vez mais digital com a pandemia de coronavírus. Agora, empresas, celebridades e pessoas de todos os lugares investem em coleções de NFTs que valorizaram de forma surpreendente, como a Bored Ape Yacht Club, a mais valiosa do mundo.
Para comprar um NFT da coleção, é necessário desembolsar no mínimo US$ 123 mil. No entanto, uma startup brasileira está pronta para mudar este cenário: a NFTFY. Por meio da fracionalização, a empresa pretende promover o acesso a NFTs raros e valiosos sem precisar desembolsar uma quantia tão significativa e inacessível para muitos.
A NFTFY é o primeiro protocolo descentralizado com foco na fracionalização de NFTs. Por meio da tecnologia blockchain e as finanças descentralizadas (DeFi), usuários podem disponibilizar seus NFTs para fracionalização ou comprar, em conjunto com outros, uma parte de um NFT.
Ainda que não existam interessados em todas as frações de um NFT, um investidor que utiliza a plataforma da NFTFY poderá confirmar a posse de determinada fração que comprar, e lucrar proporcionalmente com sua valorização no mercado.
A ideia surgiu quando Leonardo Carvalho, CEO e cofundador da NFTFY, conheceu o Acordo de Acionistas, um documento que tem a finalidade de determinar os deveres, direitos e responsabilidades de todos aqueles que possuem ações de uma empresa.
“Conheci o Acordo de Acionistas e vi que ali estava o segredo para fazer o fracionamento de NFTs 100% em finanças descentralizadas (DeFi), sem um administrador, onde os participantes não tivessem o poder de dar um golpe uns nos outros”, contou Carvalho, em entrevista à EXAME.
Carvalho então se uniu aos outros fundadores da NFTFY para trazer um contrato como este ao blockchain e, assim, tornar possível a fracionalização de NFTs. “Esse contrato abarca tudo isso e foi baseado nesse contrato da vida real que foi possível elaborar o contrato inteligente, sob o princípio de Lex Criptografia, que é quando você consegue determinar toda uma estrutura que relaciona pessoas e o código”, disse.
A empresa esteve no Blockchain.Rio, evento realizado na capital carioca entre os dias 1º e 4 de setembro para debater a tecnologia que proporciona uma série de soluções como a da NFTFY.
Durante a ocasião, a NFTFY revelou que, além da fracionalização de NFTs, seu protocolo pretende servir como base para a criação de outras soluções em blockchain.
“A base da NFTFY é uma operação 100% descentralizada. Entendemos isso como um código base para a criação de produtos em DeFi, porque a partir desse protocolo é possível criar diversas outras aplicações. É uma ferramenta dentro de uma caixa de ferramentas. Criamos uma ferramenta onde desenvolvedores do mundo inteiro podem desenvolver novos produtos, usando a fracionalização”, contou Leonardo Carvalho.
Algumas delas, inclusive, já estariam sendo criadas pela própria startup. “Nós também já estamos desenvolvendo produtos em cima desse protocolo, como o CrowdPad, que é um crowdfunding em NFT, e o RockPool, onde as pessoas se juntam para comprar um NFT”, acrescentou.
A startup já passou uma rodada de investimentos de série A e tem como parceiros alguns nomes importantes do mercado cripto, como a ConsenSys, desenvolvedora para Ethereum criada pelo cofundador da rede, que é o segundo maior blockchain do mundo.
Com a missão de disseminar projetos e inovação em NFTs no Brasil e no mundo, a NFTFY pretende se tornar a startup brasileira responsável pela entrada de empresas, projetos, atividades artísticas e culturais no mercado de NFTs.
Além disso, a NFTFY foi uma das oito startups selecionadas para o Next Fintech, o programa de aceleração com duração de 16 semanas da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac). A Fenasbac é uma instituição sem fins lucrativos que atua como coordenadora do LIFT, laboratório virtual que promove protótipos de inovação financeira e tecnológica, junto com o Banco Central.
O programa, que tem como suas mantenedoras as empresas Mercado Bitcoin, Sinqia e Finansystech, além do apoio de Numerik e MCS Law, irá auxiliar as fintechs a desenvolverem suas áreas de negócio e as conectar com grandes empresas para a construção de um projeto piloto que vise a resolução de problemas dentro da cadeia de inovação, de acordo com a Fenasbac.
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