FTX lançou NFTs do festival Coachella como parte de uma parceria, mas agora tokens estão presos na corretora (Coachella/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2022 às 11h08.
A falência da FTX atingiu não apenas investidores de criptomoedas, mas também compradores de tokens não-fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) que eram negociados em um marketplace da empresa. Muitos foram criados em parcerias exclusivas da corretora, mas agora têm um futuro incerto e podem ter o seu valor reduzido a zero.
Entre as coleções afetadas está a que foi lançada em fevereiro como uma parceria entre a FTX e o Coachella, um dos maiores festivais de música do mundo. De acordo com o site Billboard, o projeto teve cerca de US$ 1,5 milhão (R$ 7,97 milhões, na cotação atual) em vendas, mas agora compradores relatam que não conseguem transferir os tokens.
O projeto envolveu a venda de dez passes transformados em NFTs que davam aos compradores acesso vitalício a todas as edições do festival e outros benefícios como produtos exclusivos e "experiências de luxo". Além deles, foram vendidos outros tokens ligados ao Coachella.
Em um servidor na rede social Discord, um funcionário do Coachella disse que a empresa está "monitorando as notícias nos últimos dias" e estaria "chocada" com a falência da FTX.
Ele informou ainda que, até o momento, os responsáveis pelo festival não conseguiram se comunicar com a FTX, mas que foi criada uma equipe interna para "buscar soluções com base nas ferramentas a que temos acesso. A prioridade é retirar os NFTs do Coachella da FTX, que parece estar desativada no momento".
E o Choachella não foi o único festival prejudicado. A Tomorrowland, outro evento importante no mundo da música, também lançou NFTs em parceria com a FTX, e agora os tokens não podem ser transferidos pelos seus compradores.
O problema atinge outras coleções que foram lançadas pela exchange - a segunda maior do mundo - como parte das suas parcerias, patrocínios e ações de marketing com figuras famosas, em especial no mundo dos esportes.
NFTs do astro do basquete Stephen Curry, um dos atletas pagos pela FTX para participar de anúncios da empresa, também estão presos no marketplace da exchange. É o caso, ainda, dos tokens lançados como parte do patrocínio da companhia no time de Fórmula 1 da Mercedes, um dos principais da categoria.
A equipe informou na semana passada que cancelou a parceria com a FTX, iniciada em 2021, após a falência. "Essa situação é muito infeliz. Nós consideramos a FTX [como patrocinadora] porque eles eram um dos parceiros mais sólidos, com mais credibilidade e com boa situação financeira que existia por aí", disse o diretor da Mercedes, Toto Wolff.
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