Nasdaq planejava lançar serviço de custódia de criptomoedas (Agência/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 19 de julho de 2023 às 11h25.
Última atualização em 19 de julho de 2023 às 11h27.
A Nasdaq, empresa responsável pela bolsa de valores de ações de tecnologia dos EUA, suspendeu seus planos de lançar um serviço próprio de custódia de criptomoedas. A informação foi revelada pela CEO da companhia, Adena Friedman, em uma conferência de resultados nesta quarta-feira, 19.
Friedman justificou a decisão citando um ambiente regulatório e de negócios "instável" no país. Atualmente, os Estados Unidos enfrentam os efeitos de uma escalada nos juros, tradicionalmente negativa para o mercado de renda variável. Ao mesmo tempo, a Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC, apertou o cerco regulatório a diversas empresas do setor.
A CEO da Nasdaq afirmou, entretanto, que a empresa vai continuar apoiando a indústria de ativos digitais "de diversas formas". Entre elas, está a realização de parcerias com empresas para lançar fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de criptomoedas.
Atualmente, a Nasdaq faz parte do pedido emitido pela gestora trilionária BlackRock para lançar um ETF de preço à vista do bitcoin. A solicitação está em análise pela SEC, que ainda não autorizou a criação de fundos desse tipo no país. Recentemente, o regulador deu os primeiros passos no processo de avaliação.
A previsão inicial da Nasdaq era lançar seu serviço de custódia de criptomoedas no segundo semestre deste ano. A empresa estava tentando ara garantir a adequação à legislação dos Estados Unidos sobre o tema, além da obtenção de aprovação de reguladores e também o desenvolvimento da infraestrutura necessária.
A empresa chegou a entrar com um pedido junto ao Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (NYSDFS, na sigla em inglês), um regulador local. O foco da iniciativa era atrair investidores institucionais para o mercado de criptomoedas.
A Nasdaq planejava oferecer a custódia apenas para os dois maiores projetos do mercado, o bitcoin e o ether. A ideia era expandir eventualmente a oferta de criptoativos disponíveis para custódia, e permitir também a execução dos ativos por instituições financeiras.
À época, o diretor de ativos digitais da Nasdaq, Ira Auerbach, destacou que o projeto seria um "primeiro passo" de um movimento maior da empresa no mercado cripto, indicando que outras iniciativas estavam em desenvolvimento e poderiam ser anunciadas no futuro, mas sem dar mais detalhes. Ainda não se sabe qual a situação desses outros projetos no momento.
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