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Redação Exame
Publicado em 8 de março de 2025 às 10h04.
Na América Latina, as mulheres desempenham um papel fundamental na economia familiar, muitas vezes assumindo sozinhas a responsabilidade pelo sustento do lar. No Brasil, cerca de 49% dos lares são chefiados por mulheres, de acordo com dados do IBGE (2022)¹.
Diante desse cenário, a educação financeira se torna uma ferramenta essencial para garantir maior autonomia e estabilidade econômica. É fundamental abordar conceitos financeiros básicos, como reservar uma parte do salário, investir de forma estratégica para o curto, médio e longo prazo e fazer o dinheiro trabalhar a nosso favor.
Dessa forma, as mulheres estarão mais preparadas para lidar com imprevistos e no caminho certo para conquistar a tão merecida liberdade financeira.
Porém, apesar dos avanços, muitas mulheres ainda enfrentam desafios para acessar informações sobre investimentos e estratégias para a construção de um futuro financeiro mais seguro.
A participação feminina no mercado de investimentos tem crescido nos últimos anos, com 35% das mulheres declarando investir em algum produto financeiro em 2023, segundo dados da Anbima², um aumento em relação aos 33% em 2022 e 28% em 2021. O incentivo à inclusão feminina no mercado financeiro é um passo fundamental para ampliar oportunidades e reduzir desigualdades.
O universo dos ativos digitais surge como uma alternativa democrática nesse contexto e um complemento para a estratégia de investimento. Um estudo contratado pela Bitso³, realizado pela Cantarino Brasileiro e Blocknews em 2023, destacou a crescente presença das mulheres no setor de cripto.
A pesquisa revelou que, embora os homens ainda representam a maior parte dos investidores, o futuro do mercado será cada vez mais definido pela participação feminina. Os dados dessa pesquisa reforçam essa tendência: 58% das pessoas que nunca investiram em cripto, mas têm interesse, são mulheres.
As mulheres também estão dispostas a investir mais: 41% adquiriram mais cripto durante períodos de baixa, contra apenas 28% dos homens. Quando se trata de diversificação no uso das criptos, a maioria das mulheres enxerga as criptomoedas não como uma forma de especulação, mas como ferramentas de investimento, meio de pagamento e transações internacionais.
Os dados refletem o desejo crescente das mulheres por mais independência, a construção de seu patrimônio e, de forma geral, uma vida melhor e mais confortável para elas e para seus dependentes.
Ainda vivemos sob o legado de uma sociedade patriarcal, onde, por muito tempo, os homens foram vistos como os principais responsáveis pelas finanças e pelo sustento familiar, enquanto às mulheres cabia o papel de cuidar da casa e do bem-estar da família. Até pouco tempo atrás, conversas sobre investimentos, planejamento financeiro e alocação de patrimônio eram direcionadas quase exclusivamente ao público masculino.
Sabemos que fatores como idade, gênero, estrutura familiar e classe social influenciam diretamente o perfil do investidor e seu apetite ao risco. O modo como uma mulher solteira investe é diferente do de uma mulher casada, e certamente distinto do de uma mãe solo ou de quem é a principal provedora da família.
Da mesma forma, a realidade financeira de alguém que consegue poupar 50% do salário é muito diferente da de quem consegue reservar apenas 5%. Essas diferenças impactam diretamente as decisões sobre onde investir, o nível de risco aceito e o prazo de retorno esperado.
Há, por exemplo, investimentos de baixo risco que oferecem rendimentos mais estáveis, mas possuem liquidez limitada, exigindo um horizonte de longo prazo para resgate.
Neste Dia Internacional da Mulher, em meio às tantas conquistas já celebradas, trago à tona uma questão fundamental: a independência financeira e a construção do nosso próprio patrimônio. Ter dinheiro e oportunidades para realizar sonhos é algo que desejo a todas as mulheres.
Somos determinadas, resilientes e criativas, e acredito que podemos – e devemos – ter controle sobre nossas finanças. É preciso que as mulheres invistam em iniciativas voltadas para a educação financeira, através de conhecimento acessível e descomplicado sobre cripto, renda fixa, renda variável e conceito básico de inflação.
Em um cenário onde muitas mulheres desempenham, ao mesmo tempo, o papel de mães e filhas, é essencial incentivar e fomentar o cuidado com a saúde financeira, que impacta diretamente nossa qualidade de vida e nossas relações familiares.
*Bárbara Espir é country manager da Bitso no Brasil.
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¹ Dados IBGE: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202410/censo-2022-em-12-anos-proporcao-de-mulheres-responsaveis-por-domicilios-avanca-e-se-equipara-a-de-homens
²Anbima: https://www.anbima.com.br/pt_br/noticias/raio-x-do-investidor-cresce-o-numero-de-mulheres-investidoras-pelo-segundo-ano-consecutivo.htm
³Pesquisa Bitso: https://blog.bitso.com/pt-br/criptomoedas/pesquisa-mulheres-no-mercado-de-criptomoedas
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