O Brasil já conta com cinco ETFs de criptomoedas disponíveis no mercado (Kwun Kau Tam/Getty Images)
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Cansados dos baixos rendimentos da poupança e de outros produtos de renda fixa, milhões de investidores têm buscado no ecossistema dos criptoativos uma norma de diversificar os seus investimentos, que pode ser realizada de uma forma simples e segura através de Fundos de Índice, ou ETFs. A princípio, o novo termo pode parecer complicado, mas na realidade, é relativamente simples. Por definição, os ETFs são fundos de investimento que possuem cotas negociadas em bolsas de valores e replicam determinados índices do mercado. Ou seja, você pode fazer apenas um investimento em um ETF e ter o seu dinheiro alocado em diversos ativos, sob a gestão de especialistas no assunto.
Com a listagem de cinco ETFs de criptoativos na B3 nestes últimos meses, o mercado brasileiro abriu as portas para uma forma mais rápida, prática e segura para investir na classe de ativos que vem se destacando nos últimos anos por conta de sua alta rentabilidade, sem muito esforço. Talvez você já tenha ouvido falar em HASH11, QBTC11, BITH11, QETH11 e ETHE11. Eles são os primeiros ETFs de criptoativos não só do Brasil, mas da América Latina, e foram aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para se ter uma ideia, dentre os países do G20, apenas o Canadá já possui essa modalidade de investimento, enquanto nos EUA as autoridades regulatórias ainda analisam a sua aprovação.
A adoção institucional das criptomoedas tem sido acelerada pela influência de grandes investidores e instituições, com o bitcoin chegando a ser comparado por Bill Miller à uma Ferrari enquanto o ouro seria a “charrete”. A teoria de que as criptomoedas representariam o “futuro do dinheiro” fez com que empresários bilionários como Elon Musk se tornassem defensores da tecnologia e empresas como Tesla e MicroStrategy adotassem o investimento em criptoativos como parte de sua estratégia de tesouraria.
Investir em ETFs de criptoativos permite que você não fique de fora desse novo universo e ajuda a diminuir os riscos representados pela alta volatilidade deste mercado, além de reduzir custos operacionais, já que os diversos criptoativos estarão juntos em uma única cesta. Fundos como o HASH11 e QBTC11 têm sido os preferidos dos investidores brasileiros, com o primeiro obtendo um aumento de 167% em suas negociações na última quarta-feira, 6, que atingiram a faixa dos 106 milhões de reais em único dia após uma alta significativa no preço de seu principal ativo, o bitcoin.
Contudo, é válido notar que os lucros podem ser menores do que seriam se o investimento fosse feito diretamente nos criptoativos, já que se tratam de fundos passivos, ou seja, não visam superar seu índice de referência. Além disso, ETFs não possuem isenção de imposto de renda, então deve se considerar uma despesa de aproximadamente 15% sobre os lucros, somada à taxa de administração cobrada pela gestora do fundo.
Ainda assim, ETFs de cripto podem oferecer diversas vantagens além do próprio lucro, como a facilidade para realizar o investimento.
Com os ETFs, você não precisa se preocupar em ter o trabalho de comprar suas criptomoedas e guardá-las em uma carteira digital sob chave privada. Você pode apenas realizar o investimento assim como qualquer outro na corretora de sua preferência.
Aqui, vamos te explicar como investir em ETFs de criptoativos na plataforma do BTG Pactual:
Você precisa ter o aplicativo BTG Pactual Trader instalado em seu celular e uma conta cadastrada. Ao abrir o aplicativo, você tem acesso às cotações em tempo real para escolher o melhor investimento. Neste exemplo, utilizamos o HASH11:
Ao clicar em “Boleta” você pode pesquisar o investimento desejado e selecioná-lo.
Selecionamos o HASH11, administrado pela Hashdex, que no momento da produção desta matéria, custava 53,31 por cota.
Dessa forma, é possível selecionar a quantidade e concluir a compra.
HASH11
Lançado pela Hashdex em abril de 2021, o HASH11 replica o Nasdaq Crypto Index (NCI), índice que busca representar a performance global do mercado de criptoativos e atualmente oferece exposição à oito criptomoedas. Seu patrimônio é disposto da seguinte forma:
Segundo a Hashdex, “o NCI é rebalanceado trimestralmente e novos constituintes podem se tornar elegíveis a cada balanceamento, assim como constituintes que estão atualmente no índice podem sair e/ou ganhar ou perder relevância”.
Sua taxa de administração foi fixada em 1,3% ao ano.
QBTC11
Estreou na B3 em junho de 2021 e é o primeiro ETF a ter 100% de sua exposição em bitcoin. Administrado pela QR Capital, o fundo se baseia no índice da Chicago Mercantile Exchange (CME), utilizado para contratos futuros de bitcoin.
Segundo a QR Capital, o ETF, que compra bitcoin e “realiza uma custódia transparente, segura e sustentável”, ainda conta com uma apólice de seguro.
Sua taxa de administração foi fixada em 0,75% ao ano.
BITH11
Anunciado pela Hashdex como “o primeiro ETF verde de bitcoin do Brasil”, o BITH11 também possui 100% de sua exposição em bitcoin, com o diferencial de prometer ser sustentável para o planeta.
O fundo investe 95% de seu patrimônio em cotas do Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price e tem como objetivo neutralizar as emissões de carbono causadas pela mineração de bitcoin.
Sua taxa de administração foi fixada em 0,7% ao ano.
QETH11
O primeiro ETF de ether da américa latina é o QETH11. Administrado pela QR Capital, o fundo investe 95% de seu patrimônio na criptomoeda nativa da rede Ethereum através de cotas de fundos e busca replicar o mesmo índice de ether utilizado pelo CME Group, o CF Ether Reference Rate.
A fim de evitar riscos ao máximo, o QETH11 ainda pode investir em posições compradas no mercado futuro de dólar e conta com uma apólice de seguro.
Sua taxa de administração foi fixada em 0,75% ao ano.
ETHE11
Com exposição ao ether, o ETF é administrado pela Hashdex e replica o índice Nasdaq Ethereum Reference Price.
Segundo a gestora, o ether é “o ativo que é a infraestrutura do futuro digital” e o fundo investe no mínimo 95% de seu patrimônio em cotas do índice alvo.
Sua taxa de administração foi fixada em 0,7% ao ano.
A partir dessas informações, é possível ter um discernimento mais claro sobre qual ETF de criptoativos é o ideal para diversificar sua carteira de investimentos de forma alinhada ao seu perfil de risco, levando em consideração a volatilidade inerente desta classe de ativos. Além disso, a B3 lançou no último mês um curso online gratuito sobre criptomoedas onde foca, principalmente, nos ETFs. Ainda é possível se inscrever e receber um certificado.
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