Mt. Gox declarou falência em 2014, quando liderava o mercado de corretoras (Kiyoshi Ota/Bloomberg)
Repórter do Future of Money
Publicado em 5 de julho de 2024 às 10h56.
Última atualização em 5 de julho de 2024 às 11h38.
A corretora falida de criptomoedas Mt. Gox começou nesta sexta-feira, 5, os pagamentos devidos aos seus antigos clientes, dez anos após a empresa declarar falência. Ao todo, a exchange vai transferir cerca de US$ 9 bilhões (mais de R$ 45 bilhões, na cotação atual) em bitcoin ao longo dos próximos três meses.
A Mt. Gox declarou falência em 2014, no momento em que era a maior corretora de um ainda pequeno mercado cripto. Desde então, seus ex-clientes aguardam o recebimento das unidades de criptomoedas que tinham sob custódia na exchange, após diversos adiamentos por parte da empresa.
Na última quinta-feira, 4, a exchange já havia realizado algumas movimentações de teste, com envio de pequenas quantias de bitcoin para carteiras digitais nas corretoras que serão responsáveis por enviar as criptomoedas para os clientes. As transferências ocorrerão em bitcoin e bitcoin cash.
A própria corretora informou que os pagamentos ocorrerão de forma gradual, podendo se estender por até 90 dias. Mesmo assim, o início das transferências deu origem a um forte temor entre investidores sobre os possíveis efeitos no preço do bitcoin, contribuindo para uma forte queda do ativo.
Investidores mais pessimistas acreditam que os clientes venderão as unidades da criptomoeda que receberem para realizar lucros após anos de espera e de intensa valorização do ativo. Nesse cenário, poderia haver um choque repentino de oferta sem crescimento da demanda, derrubando preços.
Por isso, o mercado buscou se antecipar a essa possibilidade, resultando na desvalorização do bitcoin. Atualmente, a criptomoeda opera no menor patamar de preço em mais de quatro meses, rondando os US$ 55 mil após chegar a valer US$ 73 mil em março.
Apesar do temor entre investidores, especialistas acreditam que os efeitos dos pagamentos pela Mt. Gox poderão ser menores que o esperado, já que as transferências ocorrerão de forma gradual e muitos clientes podem optar por não vender os ativos. O mercado, porém, não parece estar disposto a correr esse risco.