Independência do bitcoin em relação a bancos pode atrair investidores (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 15 de março de 2023 às 11h04.
Última atualização em 15 de março de 2023 às 17h32.
O banco Morgan Stanley, um dos maiores do mundo, divulgou um relatório na segunda-feira, 13, em que avalia que o bitcoin pode ter um "momento para brilhar" em meio às falências de bancos nos Estados Unidos nos últimos dias e temores de uma disseminação no mercado financeiro.
Analistas da instituição observaram que as falências fomentam temores sobre os bancos tradicionais e levam os investidores a uma busca por segurança. Nesse cenário, a maior criptomoeda do mercado surge como uma possível alternativa segura, já que é armazenada em carteiras digitais privadas.
O relatório destaca que o bitcoin foi criado exatamente para as pessoas armazenarem fundos em ambientes privados, sem a necessidade de um agente intermediário para autorizar transações. Com isso, a criptomoeda está "isolada do sistema bancário tradicional".
Entretanto, os analistas do Morgan Stanley ainda acreditam que o preço do ativo depende da "liquidez bancária do dólar", o que faz com que ele "seja negociado como um ativo especulativo, ao invés de uma moeda", o que faz com que ele tenha mais volatilidade.
Segundo os analistas, "os preços das criptomoedas subiram rapidamente em 2020 e 2021 devido à expansão monetária dos bancos centrais, fazendo com que o capital se movesse do mundo bancário fiduciário tradicional para o mundo cripto".
Eles avaliam que o poder de compra do bitcoin segue sendo influenciado pelas políticas monetárias de grandes países, demandando que bancos facilitam os fluxos de transações para o mercado cripto. Mesmo assim, sua rede é capaz de operar sem intermediários.
O relatório acredita que a criptomoeda ainda não recebe investimentos apenas pela sua "proposta central de valor", a ideia de "ser seu próprio banco". Se esse fosse o caso, ela teria subindo ainda mais que a valorização registrada nos últimos dias. Atualmente, o ativo acumula uma alta de mais de 12% em sete dias e retomou o patamar de US$ 25 mil pela primeira vez desde junho de 2022.
O Morgan Stanley ainda não identificou uma "mudança fundamental na dinâmica de negociação" do bitcoin, e atribuiu a alta recente a um esforço de valorização liderada por um número pequeno de investidores, que realizaram um "short squeeze", movimento no qual os investidores forçam uma alta repentina de um ativo para obrigar outros investidores que realizaram operações de short a reverter suas posições de modo a evitar um prejuízo.
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