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Repórter do Future of Money
Publicado em 10 de abril de 2023 às 16h50.
A dificuldade de mineração do bitcoin atingiu na última quarta-feira, 5, o seu maior nível desde a criação da criptomoeda e da sua rede blockchain própria. A marca tem sido batida mês após mês desde o início de janeiro de 2023, quando o ativo iniciou um forte ciclo de valorização que resultou em uma alta de mais de 60% no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com dados da plataforma de inteligência de mercado Glassnode, a dificuldade atual na rede da maior criptomoeda do setor teve uma alta de 4% na última semana, superando o recorde anterior estabelecido em março. Ele, por sua vez, já havia sido o terceiro recorde consecutivo neste ano.
A Glassnode define a taxa de dificuldade de mineração do bitcoin como o "número atual estimado de hashes necessários para a mineração de um bloco" da rede. Os blocos são usados para armazenar informações de transações e movimentações no blockchain, enquanto o hash é um código criptografado que representa essas informações.
Além da dificuldade de mineração da criptomoeda, a chamada Taxa Média de Hash - o número médio estimado de hashes produzidos pelos mineradores em um segundo - também tem flutuado em patamares historicamente elevados. Mesmo assim, ela ainda não superou o recorde de março de 2023.
Uma Taxa de Hash mais alta garante maior proteção contra ataques de gastos duplos, que é o processo de reversão de transações do bitcoin no blockchain. Os hashes são gerados pelos mineradores como parte do mecanismo de consenso da rede, de prova de trabalho (proof-of-work, em inglês).
Nele, os mineradores verificam transações a partir da resolução de problemas matemáticos complexos, disputando para ser o primeiro a solucioná-los e ganhar uma recompensa. Quanto maior é o nível de dificuldade desse processo, maior é a competição entre os mineradores, fazendo com que os problemas se tornem mais complexos.
A maior dificuldade em minerar bitcoin coincide com o melhor trimestre da criptomoeda em dois anos. Com uma valorização de mais de 60%, houve um aumento na demanda pelo ativo e nas movimentações na rede, além do próprio interesse dos mineradores nas recompensas, levando ao novo recorde, que também indica que esse interesse segue forte.
Para especialistas, a valorização da maior criptomoeda do mercado está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.
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