Miami Bull: Há muito tempo, a Flórida procura se tornar a Wall Street do Sul dos EUA, com empresas financeiras proeminentes (Eva Marie Uzcategui/Bloomberg/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 6 de abril de 2022 às 17h33.
Há um novo touro na praça. O símbolo máximo do capitalismo, o touro de Wall Street, ganhou uma réplica em Miami. Mas, em vez do clássico dourado da estátua de Nova York, a versão local tem “olhos de raio laser”, chifres dourados e ares futuristas, com aparência robótica.
E foi inaugurada para marcar a abertura da Bitcoin 2022, conferência de criptoativos que a cidade sedia esta semana e cujo objetivo é fortalecer a imagem de Miami como a de um novo hub financeiro e tecnológico.
Com 1.361 quilos, a estátua foi patrocinada pela plataforma de negociação de ativos TradeStation.
– A presença (da estátua) reafirma a força de Miami no cenário financeiro global. O futuro das finanças está aqui – disse o prefeito da cidade, Francis Suarez.
Há muito tempo, a Flórida procura se tornar a Wall Street do Sul dos EUA, com empresas financeiras proeminentes, como Ark Investment Management e Elliott Investment Management. É parte do que se tornou uma migração em massa anual para a região, com muitas empresas de criptomoedas usando isso como uma oportunidade para fazer grandes anúncios.
Embora a estátua “Miami Bull” marque sua primeira aparição pública na conferência “Bitcoin 2022”, ela será posteriormente transferida para o Miami Dade College Campus.
Suarez abraçou totalmente o mundo das criptomoedas e todas as suas vertentes enquanto procura transformar a cidade em um epicentro de ativos digitais. Ele anunciou no ano passado que receberia seus contracheques em Bitcoin e, desde então, procurou incentivar ainda mais empresas e empreendedores de criptomoedas.
Enquanto isso, o governador da Flórida, Ron DeSantis, disse no mês passado que o estado estava trabalhando em um plano para permitir que as empresas pagassem impostos em criptomoedas.
O Charging Bull, famoso touro de bronze situado em Nova York, idealizado pelo escultor italiano Arturo Di Modica em 1989 e que se tornou um dos símbolos do mercado de capitais americano, tem réplicas pelo mundo, nas cidades de Frankfurt (Alemanha), Shenzhen e Xangai (China); Amsterdã (Holanda), Mumbai (Índia), Hong Kong e Hanói (Vietnã).
O animal foi apropriado pelo mercado financeiro em decorrência da forma como ataca suas presas. Ele as joga para cima, num movimento similar a um gráfico de ações em alta.
Em novembro do ano passado, a estátua dourada de um touro, com peso de uma tonelada, cinco metros de comprimento e três metros de altura, foi instalada em frente ao prédio da Bolsa de Valores brasileira, a B3, que fica no centro de São Paulo.
A escultura, no entanto, foi alvo de polêmicas e pichações desde o dia em que foi instalada e, por determinação da Prefeitura de São Paulo, foi retirada do localuma semana depois.
A estátua do animal foi financiada pela B3 em parceria com o economista e educador financeiro Pablo Spyer, idealizador da obra. O autor é o arquiteto e artista plástico Rafael Brancatelli. Tanto Brancatelli e a B3 negavam qualquer inspiração do touro brasileiro no de Nova York.