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Mesmo após atualização bem-sucedida, Ethereum segue em queda de quase 8%; bitcoin cai para US$19 mil

Um dos eventos mais importantes da história das criptomoedas efetivou uma grande mudança na rede Ethereum, mas não foi capaz de elevar o preço do ativo; inflação de políticas monetárias seguem empurrando bitcoin, ether e outras criptos para baixo

Ethereum modificou a forma como valida suas transações em atualização importante (Nur Photo/Getty Images)

Ethereum modificou a forma como valida suas transações em atualização importante (Nur Photo/Getty Images)

Durante a madrugada desta quinta-feira, 15, uma importante atualização da Ethereum foi concluída. Atualmente o segundo maior blockchain do mundo, a rede modificou a forma como valida suas transações. O feito animou uma grande parcela de investidores, que esperavam uma valorização do ether, a criptomoeda nativa da rede. No entanto, não foi o que aconteceu na prática.

Com o mercado de criptomoedas abalado em 2022 pela inflação recorde e uma série de medidas do banco central americano para contê-la, as principais criptomoedas operam em queda anual de quase 60%, cenário que não mudou após a “The Merge”, um dos eventos mais importantes da história das criptomoedas.

(Mynt/Divulgação)

Conhecida pelo nome “The Merge” ou “A Fusão” em português, a atualização foi responsável por abandonar a mineração e adotar a prova de participação para validar as transações da rede Ethereum em uma verdadeira fusão entre as redes Mainnet e Beacon Chain. Com isso, a economia no consumo de energia elétrica da rede pode cair até 99% e reduzir a emissão de ether com o tempo.

No entanto, imediatamente a criptomoeda nativa da rede Ethereum não demonstrou otimismo. Cotado a US$ 1.487, o ether despenca quase 8% nesta quinta-feira, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Especialistas apontam que, por mais que a atualização tenha sido bem-sucedida e represente um marco histórico para as criptomoedas, suas consequências positivas se apresentarão com maior objetividade no longo prazo. Principalmente porque, no momento, elas são ofuscadas pelo cenário pessimista do mercado como um todo e os riscos de uma recessão econômica mundial.

“Podemos dizer que a Ethereum deu mais um passo em direção a um crescimento de adoção institucional. Mas ainda há um longo caminho pela frente, para que ela alcance escalabilidade e custos reduzidos”, disse Ayron Ferreira, analista da Titanium Asset Management.

“Apesar da grandeza do evento, o que deve continuar impactando o preço dos ativos é o cenário macro, que ainda segue bastante desafiador, principalmente após os dados de inflação aos consumidor nos EUA indicar que o Fed terá de possivelmente prolongar o processo de ajuste monetário”, acrescentou Ferreira.

Já Felipe Medeiros, analista e sócio da Quantzed Criptos, acredita que a atualização da Ethereum já teria sido precificada antes de sua conclusão. A opinião é contrária a do próprio criador da Ethereum, Vitalik Buterin, que afirmou anteriormente que a “The Merge não seria precificada até que fosse concluída”.

Medeiros também acredita em impactos de longo prazo. “Alguns fatores como a redução na emissão de ether e retirada da força vendedora dos mineradores deve ser sentida com maior intensidade no próximo ciclo de alta, além disso, teremos uma maior adesão institucional com a adequação da rede ao do discurso ESG”, afirmou.

Quanto à cotação da segunda maior criptomoeda do mundo, o analista prevê que o ether “seguirá no ritmo do cenário macroeconômico, que agora espera a confirmação da alta na taxa de juro nos próximos dias”.

Além do ether, o bitcoin, principal criptomoeda, também despenca nesta quinta-feira, 15. Cotado a US$ 19.692, o ativo que chegou a ultrapassar US$ 22 mil nesta semana perde 2,7% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap.

“O bitcoin segue mais fraco que o ether e também dependente da decisão do banco central sobre o juros. Um aumento de 75bps já está no preço, mas uma parte do mercado diz que o Fed pode surpreender com 100bps o que levaria o bitcoin para testar as mínimas do ano”, afirmou Medeiros.

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