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Mercado desanima, mas investidores brasileiros não deixam criptomoedas, aponta relatório

Estudo da Chainalysis identifica comportamento de investidores de criptomoedas na América Latina

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 11 de outubro de 2023 às 09h00.

Na América Latina, três países se destacam pela adoção de criptomoedas: Brasil, Argentina e México. Com comportamentos muito diferentes entre si, os investidores do Brasil, maior mercado cripto da região, não abandonaram as criptomoedas mesmo após um período de queda no interesse pela classe de ativos.

Brasil

De acordo com o Geography of Cryptocurrency Report da Chainalysis, é possível notar uma queda em 2023 no investimento institucional brasileiro em criptomoedas. Apesar disso, nos últimos três meses que antecederam junho de 2023, estes números já voltaram para altas consecutivas, de acordo com a empresa de análise de dados em blockchain. O Brasil ainda lidera na América Latina ficando em 9º no ranking global de adoção cripto.

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Além disso, os investidores profissionais e de varejo não abandonaram as criptos, mostra o estudo. “Os dados mostram um quadro otimista para o mercado de criptografia brasileiro”, afirmaram os analistas da Chainalysis.

“Se continuarem a negociar, não é absurdo pensar que os utilizadores institucionais do Brasil regressarão e talvez até ultrapassarão os seus níveis de atividade anteriores se e quando entrarmos noutro ciclo de mercado positivo”, acrescentaram.

De acordo com os dados coletados pelo estudo, a preferência do investidor brasileiro está no USDT, stablecoin lastreada em dólar (50%), no bitcoin (aproximadamente 20%) e em outras criptomoedas, classificadas como “altcoins” (aproximadamente 20%).

Argentina

Já os vizinhos argentinos, que estrelam como o segundo maior mercado cripto na América Latina depois do Brasil, possuem outras preferências. O estudo mostra que eles investem muito mais em USDT, um pouco em bitcoin e muito menos em outras criptomoedas, as “altcoins”.

À Chainalysis, Martel Seward, chefe de compliance e AML da corretora argentina Lemon Cash, explicou como funciona a situação do investidor cripto no país:

“Temos uma inflação muito alta e há muitas restrições à compra de moedas estrangeiras. Isso torna a criptomoeda uma opção valiosa para economizar. Você pode ir até qualquer argentino e perguntar quantos pesos vale um dólar, e ele saberá. À medida que a adoção cripto cresceu, muitas pessoas aqui receberão seu salário e imediatamente o colocarão em USDT ou USDC”, disse ele.

Na Argentina, a compra de criptomoedas também aumentou conforme o peso argentino perdia seu valor entre 2022 e 2023, o período estudado pela Chainalysis.

México

No México, a situação também é bem diferente dos países anteriores. Por lá, a população usa criptomoedas e a tecnologia blockchain para receber remessas de dinheiro de outros países, principalmente dos Estados Unidos.

A pesquisa da Chainalysis apontou um fluxo aproximado de US$ 61 bilhões vindo do exterior para o México anualmente.

De acordo com os dados analisados pela Chainalysis, a América Latina é o sétimo mercado de criptomoedas do mundo. Apesar de ficar na frente apenas da África Subsaariana, a América Latina não fica muito atrás de outras regiões estudadas, como Europa Oriental e Ásia Ocidental, por exemplo.

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