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Mercado de criptomoedas tem menor capitalização desde novembro após sequência de eventos negativos

Implosão de memecoin, ataque hacker contra corretora e forte queda de criptomoedas com anúncios de Trump derrubaram mercado

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 16h22.

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O mercado de criptomoedas atingiu na última terça-feira, 25, a sua menor capitalização de mercado desde novembro de 2024. Dados da plataforma CoinMarketCap indicam que o setor chegou a registrar uma capitalização de US$ 2,86 trilhões, o que colocaria o setor em uma posição semelhante à observada no penúltimo mês do ano passado, antes de um forte movimento de valorização.

Naquele mês, o mercado foi impulsionado principalmente pela vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos. O novo presidente do país se posicionou como um candidato favorável ao mundo cripto e prometeu adotar medidas regulatórias benéficas para o setor, em especial com relação à postura da SEC.

Com isso, o mercado de criptomoedas teve um salto de valor entre a segunda quinzena de novembro e o início de 2025. A capitalização do setor chegou a superar os US$ 3 trilhões pela primeira vez na história. Mas, após esse pico, o cenário tem sido de queda disseminada entre os ativos digitais.

O movimento inicialmente refletiu uma realização de lucros e reposicionamento de ativos natural em momentos de ciclo de alta. Entretanto, acontecimentos específicos do mercado cripto e também mais amplos, afetando toda a economia global, também acabaram puxando o setor para baixo.

Ainda em janeiro, o mercado chegou a ter uma forte queda devido ao chamado "efeito DeepSeek" que derrubou ações de tecnologia, uma decepção de investidores com as medidas de Trump para o setor e temores em torno dos seus anúncios sobre a imposição de tarifas contra outros países. Mesmo assim, o segmento chegou a se recuperar brevemente.

Já em fevereiro, a primeira grande notícia negativa foi o colapso da Libra, uma criptomoeda meme que chegou a ser divulgada pelo presidente da Argentina Javier Milei. O ativo rapidamente saltou de valor, mas, na mesma velocidade, caiu mais de 95%, deixando milhares no prejuízo e sugando a liquidez no segmento de memecoins.

Naquele momento, grandes criptomoedas não chegaram a ser duramente afetadas pelo episódio, com exceção da Solana. Mas, dias depois, o mercado receberia outra notícia negativa: o maior ataque hacker da história contra uma corretora cripto. O alvo foi a Bybit, que figura entre as maiores exchanges do mundo.

As perdas estão na casa dos US$ 1,4 bilhão, concentradas no ether. Apesar de temores entre investidores, a corretora sobreviveu à ação, mas o movimento já tinha impactado o mercado. Mas foi logo na sequência que o evento mais negativo acabaria ocorrendo.

O presidente Donald Trump anunciou na última segunda-feira, 24, que vai cumprir a promessa de impor tarifas contra o México e o Canadá. A medida reforçou um forte pessimismo entre investidores em relação à economia global, derrubando diversos setores, incluindo o de criptomoedas. O bitcoin, por exemplo, atingiu o menor preço do ano.

Mesmo com um mês de fevereiro negativo para o setor, analistas afirmam à EXAME que o cenário de médio e longo prazo permanece positivo, mas será preciso acompanhar possíveis desdobramentos na esfera macroeconômica para entender se o ciclo de alta do setor chegou em um pico ou se ainda há espaço para crescimento.

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