Repórter do Future of Money
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 14h04.
O mercado de criptomoedas registrou mais de US$ 1,28 bilhões (R$ 7,73 bilhões, na cotação atual) em liquidações desde a última segunda-feira, 20. O movimento teve início após a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, mas sem anúncios voltados a cripto.
Dados reunidos pela plataforma CoinGlass apontam que a maior parte das liquidações se concentraram no bitcoin. A criptomoeda chegou a ultrapassar os US$ 109 mil e firmar um novo recorde de preço horas antes da posse de Trump, mas devolveu parte dos ganhos.
A CoinGlass informou ainda que as liquidações atingiram cerca de 386 mil investidores do mercado. Os dados levam em conta as perdas nas negociações de preços futuros, em que os investidores compra contratos que estimam o preço de um ativo em um determinado momento.
As perdas se concentraram nos contratos de tipo long, ou seja, que estimavam um preço da criptomoeda maior que o do momento em que ele foi adquirido. Ao todo, foram perdidos US$ 816 milhões com liquidações de contratos desse tipo.
Ao mesmo tempo, foram liquidados US$ 307 milhões em contratos de short, que estimavam um preço menor. Em geral, as liquidações ocorrem quando o contrato se torna insustentável, geralmente após variações bruscas no preço do ativo.
Apesar do bitcoin ter sido o ativo com mais liquidações, o grupo das chamadas altcoins — criptomoedas alternativas ao bitcoin — somou um volume maior de perdas. Ativos como a Solana foram os principais destaques negativos do dia, acumulando mais perdas entre investidores.
A queda teve início após Trump não mencionar as criptomoedas nenhuma vez em seus diversos discursos ao longo do dia e também não anunciar nenhuma política específica para o setor ou a prometida revogação de medidas do governo Biden tidas como negativas para o segmento.
A expectativa é que Trump adote essas ações ainda nesta semana, mas investidores que esperavam um movimento mais efusivo acabaram se decepcionando, levando às quedas observadas nas últimas horas. Caso as medidas sejam adotadas, a tendência é de recuperação e altas nos preços, segundo especialistas.