ETFs são levantados por assessores como uma opção mais vantajosa de investimento em criptomoedas (Justin Tallis/Getty Images)
Os investidores mais ricos dos Estados Unidos seguem interessados no mundo das criptomoedas, apesar do recente cenário ruim para o setor com o chamado inverno cripto. Um estudo realizado pelas empresas Coalition Greenwich e Talos aponta que 92% desse grupo questionaram seus assessores financeiros sobre a possibilidade de incluir esses ativos digitais em seus portfólios.
O levantamento entrevistou 537 assessores que atuam no mercado financeiro e atendem os chamados "clientes afluentes em massa e de alto patrimônio líquido". Do total, 30% dos conselheiros afirmaram que planejam recomendar nos próximos três meses ou já recomendaram a inclusão de criptoativos nos portfólios de investidores.
Para os responsáveis pelo estudo, os dados são "particularmente interessantes, já que eles foram obtidos no terceiro trimestre de 2022, depois do colapso do Terra, Luna e Three Arrows Capital que abalaram o mundo das criptomoedas e antecederam a queda da FTX".
O levantamento indica que o desempenho mais fraco do setor em 2022 afastou esses investidores. Mais de 50% dos assessores disseram que o interesse dos clientes está aumentando ou se manteve em relação a 2021, e 35% apontaram que o interesse aumentou significativamente.
Um dos autores do estudo, David Easthope, explica que "os consultores financeiros acreditam que a tendência de crescimento para a adoção de criptomoedas como uma classe de ativos emergentes persistirá e continuará a aumentar, mesmo diante do atual mercado de baixa e dos recentes eventos de mercado".
"Embora o mercado continue a evoluir, os resultados de nossa pesquisa sugerem que a tendência de demanda de longo prazo permanece intacta nesse segmento bastante conservador do mercado", destaca Easthope.
Para esses assessores, a questão de compliance se tornou o principal entrave para as estratégias de investimentos deles incluam as criptomoedas. Cerca de 64% dos entrevistados disseram que eles não realizaram essa inclusão principalmente devido a restrições de compliance que tornavam a decisão "difícil ou até impossível".
Ao mesmo tempo, 64% dos entrevistados disseram que já recomendaram ou pretendem recomendar fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) ligados a criptomoedas.
O relatório aponta que "as opções disponíveis para ETFs estão se expandindo e parece haver uma demanda reprimida por esses produtos. Também estão recebendo atenção outras estruturas de fundos, como OTC trusts e outros fundos de investimento. Simplificando, os ETFs são obrigatórios, provavelmente devido à sua simplicidade e status regulamentado".
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