Mineração de bitcoin demanda energia barata e sustentável (Foto/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 16 de agosto de 2024 às 15h14.
O banco JPMorgan divulgou dados nesta semana que apontam que o lucro das empresas de mineração de bitcoin caiu para as mínimas históricas registradas pelo setor. Com isso, as operações de obtenção da criptomoeda estão se tornando cada vez menos lucrativas em 2024.
De acordo com o banco, a queda nos lucros resulta também em uma desvalorização das ações de empresas de mineração. O segmento chegou a registrar alta nas últimas semanas após diversas companhias intensificarem projetos ligados ao setor de inteligência artificial, se aproveitando do foco do mercado na tecnologia.
Entretanto, a queda nos lucros fez com que as ações devolvessem esses ganhos nas últimas duas semanas. Segundo o JPMorgan, a lucratividade menor está ligada a uma dificuldade crescente no processo de mineração, simbolizada pela alta da chamada "taxa de hash".
A taxa, também conhecida como hashrate, mostra o total de poder computacional empregado na mineração de bitcoin. Quanto maior o nível da taxa, mais máquinas estão sendo usadas e maior é a complexidade das operações, assim como os custos associados a elas, afetando a margem de lucro.
Um aumento na dificuldade da mineração é tradicional após a conclusão do halving, um evento que ocorre a cada quatro anos e que reduz pela metade as recompensas para os mineradores. O último halving ocorreu em abril deste ano, com seus efeitos sendo sentidos no mercado desde então.
Com as recompensas menores, é comum que as operações de mineração de bitcoin aumentem a concorrência entre si para conseguir resolver os complexos problemas matemáticos necessários para validar transações na rede blockchain e obter as recompensas na criptomoeda.
Dados do banco mostram que, atualmente, os níveis de lucratividade com a mineração da criptomoeda estão 30% abaixo dos níveis registrados em dezembro de 2022 e 40% abaixo do nível pré-halving de 2024. É possível, porém, que a queda nos lucros limite a capacidade das empresas de investir em poder computacional e, com isso, reduza a hashrate.
O JPMorgan pontua, porém, que, mesmo com uma lucratividade decrescente, as mineradoras com ações listadas nos Estados Unidos têm conseguido expandir sua fatia de mercado no setor. O movimento ocorre apesar de uma queda de 18% na capitalização total desse grupo.
Atualmente, as mineradoras com ações nos Estados Unidos respondem por 26% de toda a hashrate da mineração de bitcoin, o maior valor da história, simbolizando a crescente influência dessas companhias nas operações de mineração.