Future of Money

Lido sobe quase 40% e tem uma das maiores altas do mercado cripto em fevereiro; veja ranking

Especialista considera que setor teve mês misto, marcado por oscilações "de forma bastante diversa" por parte dos ativos

Criptomoeda ligada a inteligência artificial lidera altas de fevereiro (Reprodução/Reprodução)

Criptomoeda ligada a inteligência artificial lidera altas de fevereiro (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de março de 2023 às 11h59.

Apesar do mês de fevereiro não ter sido tão positivo quanto janeiro para o mercado de criptomoedas - quando todos os 40 maiores ativos do mercado tiveram valorização -, o segmento conseguiu bons resultados, com alguns projetos ultrapassando uma valorização de 40%.

Os dados divulgados pela gestora QR Asset apontam um "mês misto", na análise de Theodoro Fleury, gestor da empresa. Ele destaca que os ativos oscilaram "de forma bastante diversa". O bitcoin fechou fevereiro com alta de 2,2% na cotação em reais, enquanto o ether valorizou 3,41%.

O ranking elaborado pela companhia aponta que a maior alta dentre as 40 maiores criptomoedas foi do The Graph, com seu token GRT. Fleury explica que a maior parte da valorização de 75,% no mês ocorreu no início de fevereiro, "aproveitando a onda de valorização de tokens associados ao ramo de inteligência artificial após o frenesi causado pelo ChatGPT".

"No fim do mês, o protocolo ainda divulgou que vai indexar a rede Base, anunciada pela Coinbase, o que ajudou a manter a valorização dos tokens", complementa o gestor da QR Asset. O segundo lugar ficou com o OKB, token próprio da corretora de criptomoedas OKX. Ele subiu 40% em fevereiro, apoiado no otimismo de investidores com o crescimento das reservas da exchange e uma atração de clientes e contratos como consequência da falência da rival FTX.

O OKB possui uma série de funcionalidades e vantagens na plataforma de negociação da OKX, por isso, um número maior de usuários tende a levar a uma valorização do token. Já o terceiro lugar ficou com o Lido, um token de governança do protocolo de liquid staking Lido DAO e que valorizou 39,4%.

O liquid staking é uma prática em que usuários depositam suas criptomoedas em uma rede, no caso do Lido com foco na formação de um grupo de validadores da rede Ethereum. Em troca, eles recebem recompensas e uma quantidade do token proporcional ao depósito, que pode ser negociado e usado nas tomadas de decisões.

"Essa valorização é decorrente da proximidade da atualização da rede Ethereum, que deve ocorrer em março. Os protocolos de liquid staking podem ser muito beneficiados com o esperado upgrade da rede, o que segue impulsionando a demanda pelos tokens", explica Fleury. É o segundo mês seguido em que o Lido aparece no ranking.

O quarto lugar ficou com a Filecoin, que subiu 26,6% apoiado na "expectativa em torno do lançamento de sua plataforma de contratos inteligentes, marcada para o dia 14 de março". A criptomoeda será necessária para executar esses contratos, o que tende a aumentar a demanda por ela.

Em quinto lugar, o token VET, da rede VeChain, subiu 19%, em um movimento que Fleury associada a uma "valorização acelerada por ser de origem asiática e ser beneficiado pela notícia de que Hong Kong está preparando um regime regulatório para exchanges centralizadas, o que favorece tokens de protocolos oriundos da China e arredores".

Do outro lado, Fleury associa a maior parte dos piores desempenhos das criptomoedas em fevereiro a um "movimento de realização de lucros de ativos que subiram muito em janeiro". Foi o caso do Aptos (-27,4%), do Fantom (-18,4%) e do token nativo do metaverso Decentraland, o mana (-14,5%). Mesmo assim, eles seguem com desempenho acumulado positivo no ano.

A criptomoeda meme dogecoin caiu 14% no mês, enquanto o XMR, token nativo da Monero, recuou 13,5%. Nesse caso, o gestor da QR Asset atribui a desvalorização a um "temor de uma ação regulatória mais restritiva por parte dos reguladores norte-americanos. Protocolos focados em privacidade, como é o caso de Monero, sempre estiveram entre os mais visados por autoridades regulatórias e fiscais, dado o seu potencial uso para evasão de divisas".

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