Genesis, parte do DCG, declarou falência em 2023 (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 11h33.
A Justiça dos Estados Unidos autorizou na última quarta-feira, 14, a venda pela Genesis de mais de R$ 8 bilhões em participações em fundos de investimentos em criptomoedas da Grayscale. A Genesis chegou a liderar o segmento de empréstimos com criptoativos antes de declarar falência em janeiro de 2023, prejudicada pela quebra da FTX.
O objetivo da Genesis com a venda é reunir os recursos necessários para iniciar o processo de ressarcimento dos seus clientes, que faz parte da recuperação judicial em andamento nos Estados Unidos. Ao todo, a empresa pretende vender 35,9 milhões em participações no ETF de bitcoin da Grayscale, equivalente a cerca de US$ 1,6 bilhão (R$ 8 bilhões) na cotação atual.
Haverá, ainda, a venda de oito milhões de participações em um fundo de investimento em ether, totalizando pouco mais de US$ 170 milhões, e cerca de US$ 3 milhões em participações em um fundo de investimento na criptomoeda Ethereum Classic. Ainda não foi revelado quando as vendas começarão.
A autorização para a Genesis ocorre após o ETF de bitcoin da Grayscale perder mais de US$ 5 bilhões em investimentos nas últimas semanas. As vendas começaram após a conversão do fundo em um ETF, facilitando o processo de saída de investidores e também abrindo margem para a realização de lucros após o fundo passar anos negociando abaixo do preço efetivo do bitcoin.
Outra empresa falida, a FTX, vendeu mais de US$ 1 bilhão em participações no ETF, contribuindo para o movimento de retiradas que resultou em uma forte desvalorização do bitcoin. Nos últimos dias, porém, a criptomoeda voltou a disparar e agora opera acima dos US$ 50 mil, após as saídas no fundo da Grayscale diminuírem e outros ETFs de bitcoin manterem fluxos de investimentos significativos.
João Galhardo, analista da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, avalia que a Genesis "não possui incentivo para derrubar os preços do bitcoin, pois a instituição está liquidando essas posições precisamente para quitar suas dívidas com credores, em um contexto no qual quanto maior o retorno financeiro, melhor".
"Espera-se que a instituição empregue estratégias de negociação, como TWAPs (Time-Weighted Average Price), além de realizar vendas em pontos estratégicos do livro de ordens onde a liquidez é superior ao usual, com o objetivo de minimizar o impacto no mercado", ressalta.
Na visão dele, "este cenário, aliado ao fato de que outros ETFs de bitcoin à vista, especialmente o IBIT da BlackRock e o FBTC da Fidelity, têm registrado entradas de centenas de milhões de dólares diariamente, torna improvável que a liquidação dessas participações afete a saúde da tendência de alta do bitcoin de forma considerável".
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