Até 2027, mais de US$ 18 bilhões serão gastos em anúncios dentro de jogos, segundo o banco (Thinkhubstudio/Getty Images)
O JPMorgan, maior banco em valor de mercado do mundo, avaliado em quase US$ 460 bilhões, abriu um espaço próprio no metaverso Decentraland e liberou um relatório com oportunidades de negócio dentro do espaço virtual.
No relatório, o banco explora alguns números recentes sobre o metaverso, tais como os US$ 54 bilhões gastos no último ano com bens virtuais — o dobro do que é gasto com música, por exemplo — e as 200 parcerias entre o metaverso The Sandbox e empresas como a Warner Music Group, que vai lançar um espaço virtual com tema musical na plataforma.
“Nos encontramos no ponto de inflexão, onde não tem um dia sequer sem uma empresa ou celebridade anunciar que estão construindo uma presença em um universo virtual”, diz o documento. “Embora o entusiasmo possa ser atribuído às manchetes, existe uma convergência de tendências acontecendo. Várias novas tecnologias se juntaram para tornar o metaverso possível. Os óculos de realidade aumentada e realidade virtual se tornaram mais acessíveis e mais poderosos, melhorando a experiência do usuário. O blockchain já torna possível as criptomoedas e os NFTs, esses novos modos de transacionar e obter bens digitais, estão permitindo que criadores monetizem suas atividades através de tokens”.
“Por uma perspectiva sociológica, o desenvolvimento de experiências virtuais mais imersivas está ajudando pessoas a construir comunidades baseadas em valores em comum, expressando-se de formas mais autênticas. É essa combinação de fatores tecnológicos, econômicos e sociais que resultam no interesse explosivo pelo metaverso”, completa texto o JPMorgan.
As possibilidades de negócios no mundo virtual também interessam a instituição, que afirma existirem oportunidades em quase todas as áreas, desde grandes marcas de roupas oferecendo versões digitais, até pequenos artistas mostrando sua arte.
O mercado de terrenos no metaverso está muito aquecido, nota o relatório — o preço de um terreno nas principais plataformas praticamente dobrou nos seis meses entre junho e dezembro de 2021. Parte desse crescimento pode ser relacionada às marcas que compram terrenos para criar lojas virtuais e/ou experiências para os consumidores.
O banco acredita que mercado imobiliário digital será também revolucionário. Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) podem, segundo a instituição, fazer o papel de credor: “As DAOs podem ter conseguido seus fundos em uma carteira de várias assinaturas para criar as hipotecas. Uma camada adicional na economia dos tokens para incentivar participação, ou comportamentos, cria um novo nível de gamificação e comercialização”, complementam.
“Uma das grandes possibilidades do metaverso é que irá expandir enormemente o acesso de países emergentes ao marketplace”, diz o relatório sobre como a nova tecnologia se comportará em outros países.
Estima-se que, até 2027, US$ 18,4 bilhões serão gastos em anúncios dentro de jogos, uma das maiores oportunidades dentro de mundos virtuais, ainda segundo o paper.
Apesar do entusiasmo, o banco americano afirma que, para atingir seu potencial, algumas áreas importantes para o metaverso precisam ser desenvolvidas e amadurecidas, são elas a tecnologia, a infraestrutura comercial, a privacidade, a força de trabalho do futuro e questões regulatórias.
O JPMorgan conclui: “As partes que compões o metaverso continuam evoluindo rapidamente. É difícil basear uma estratégia de negócios em um espaço tão dinâmico, caracterizado pelo crescimento explosivo e contínua inovação por novos membros. Apesar disso, os custos e riscos de entrar cedo e de forma consistente para construir propriedade intelectual interna, desenvolver hipóteses sobre modelos de negócios futuros, e identificar ecossistemas parceiros, são relativamente baixos. O risco assimétrico de ser deixado para fora faz valer o investimento incremental necessário para começar a explorar esse novo panorama digital por si próprio”.
O metaverso é um dos setores dentro do universo de criptoativos que mais cresceram nos últimos meses, e um estudo recente, realizado pela empresa de consultoria Gartner, afirmou que 2 bilhões de pessoas estarão em alguma plataforma de mundo virtual até 2026.
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