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Repórter do Future of Money
Publicado em 1 de abril de 2025 às 11h33.
Última atualização em 1 de abril de 2025 às 11h48.
O Itaú não descarta criar uma stablecoin, seja ela pareada ao dólar ou ao real. É o que afirmou Guto Antunes, head de Digital Assets do banco, durante um evento nesta terça-feira, 1º. O executivo destaca que a possibilidade "sempre esteve no radar", mas que ainda é preciso esperar definições regulatórias e posicionamentos de grandes bancos internacionais sobre o tema.
Antunes associa essa possibilidade às diversas mudanças que o setor de criptomoedas tem vivenciado desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais em 2024. Responsável por liderar a área de ativos digitais no Itaú, ele vê o novo posicionamento dos Estados Unidos como um "caminho sem volta".
O presidente dos Estados Unidos chegou a proibir a criação de uma moeda digital de banco central (CBDC) no país e tem incentivado o uso e desenvolvimento de stablecoins pareadas ao dólar. Com isso, o tema tem ganhado cada vez mais tração, incluindo entre grandes bancos e empresas.
Nesse cenário, Antunes aposta em um mundo "multistablecoins", com diversas criptomoedas diferentes operando no mercado. Sobre a possibilidade de criar uma stablecoin própria, ele explica que a criação "sempre está em pauta", mas que o tema ganhou força "pelo posicionamento pós-Estados Unidos, com bancos lá agora podendo criar as próprias stablecoins".
Antunes ressaltou que o banco "espera a conclusão da consulta pública do Banco Central sobre stablecoins para definição de natureza, regras" antes de determinar qualquer desenvolvimento concreto. Entretanto, há a possibilidade de criação tanto de uma stablecoin pareada ao dólar quanto ao real.
"Stablecoins estão aí para ficar, não pode ignorar a força que o blockchain tem para liquidar de forma atômica as operações, e as stablecoins facilitam todo esse processo. E claro que tem a demanda dos clientes que vai determinar muita coisa", afirmou.
O líder de ativos digitais do Itaú também vê o início de criação de reservas nacionais de bitcoin ao redor do mundo como um "grande ponto de virada" para o setor, indicando um movimento dos governos para "não perder o controle de política monetária". "Não é questão se o bitcoin é bom ou ruim, mas sim que agora os governos estão dentro do tema", pontua.
Antunes vê a tendência de um mercado "HiFi", com finanças híbridas combinando o "melhor" das finanças tradicionais e do mercado de criptomoedas. Ele destaca ainda que o Itaú começa a ver um "interesse de empresas na criação de reserva de bitcoin, muito puxado pelo movimento nos EUA. Mas ainda é um ambiente de dúvida, com muita demanda para esclarecimentos".
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