Fundos de criptoativos localizados no Brasil estão entre os que mais receberam investimentos em 2022 (Getty Images/Reprodução)
Os fundos que oferecem investimentos em criptoativos tiveram uma queda de 95% na entrada de capital em 2022. Com isso, o segmento teve o pior ano desde 2018, e se distanciou do recorde obtido em 2021. Naquele ano, os fundos receberam US$ 9,1 bilhões, enquanto que no ano passado foram US$ 433 milhões.
Os dados foram compilados pela CoinShares, empresa que também oferece opções de fundos cripto para clientes. Em 2018, foram US$ 223 milhões investidos, valor que segue sendo o menor desde 2017. Já 2022 ficou com a segunda posição, em um ano negativo para o setor como um todo.
O analista James Butterfill, da CoinShares, avalia, porém, que "é encorajador ver os investidores em geral ainda optando por investir e, em muitos casos, aumentando taticamente as posições durante a fraqueza dos preços", se referindo ao mercado de baixa atual.
Essas alocações beneficiaram principalmente o bitcoin e produtos de investimento em múltiplos criptoativos, que receberam respectivamente US$ 287 milhões e US$ 209 milhões. Já o ether teve um ano "tumultuado", que a empresa atribui a preocupações com as mudanças geradas pela atualização "The Merge".
Butterfill observa que "2022 viu o surgimento de produtos de investimento com posição short, que tiveram entradas de US$ 108 milhões. Eles continuam sendo um ativo de nicho, que representam apenas 1,1% do total".
Os resultados de 2022 colocaram um freio na tendência de crescimento ano após anos dos investimentos em fundos de criptoativos. Iniciada em 2019, o total investido saltou em três anos de US$ 715 milhões para os US$ 9,1 bilhões de 2022. Agora, porém, o segmento enfrentou um revés.
Na divisão por ativos, o ether foi o mais prejudicado, com um fluxo de saída de US$ 402 milhões, seguido pelo BNB, token da Binance, com US$ 24 milhões perdidos, e o Tron, que perdeu US$ 3 milhões em 2022.
Além do bitcoin, os criptoativos oferecidos em fundos que mais receberam investimentos foram a Solana, com US$ 121 milhões, e o XRP, com US$ 9 milhões. Mesmo assim, a maior e mais antiga criptomoeda do mercado segue com um peso relevante nas decisões de investimento.
Já na divisão por país, os fundos localizados na Suíça tiveram as maiores entradas, com US$ 577 milhões, seguidos pelos nos Estados Unidos (US$ 376 milhões), Alemanha (US$ 213 milhões) e pelos do Brasil (US$ 137 milhões). As maiores saídas ocorreram no Canadá (US$ 436 milhões) e na Suécia (US$ 446 milhões).
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