Segundo o Nubank, Lahrech reportará diretamente ao presidente executivo, David Vélez, e acumulará o cargo de diretor de operações. (Nubank/Exame)
Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 13h14.
Última atualização em 5 de setembro de 2023 às 14h47.
Depois do surgimento do bitcoin, a primeira criptomoeda, em 2009, muitos outros ativos digitais foram criados. Mais de dez anos depois, em 2023, o NuCoin, do Nubank, deu o que falar após disparar mais de 2.000% em poucos dias e passar por problemas técnicos. No entanto, especialistas apontam foco em utilidade como razão para que o NuCoin possua pouco potencial como investimento no longo prazo.
Classificado pelo Nubank como um “utility token” ou “token de utilidade” em português, o NuCoin foi lançado em março deste ano e distribuído de graça para os clientes elegíveis ao programa de fidelidade da fintech.
Com o burburinho gerado nos últimos dias a partir da valorização expressiva e os problemas técnicos enfrentados pela plataforma do Nubank devido a alta demanda pelo NuCoin, a assessoria do Nubank ressaltou à EXAME que “o NuCoin é um programa de fidelidade do Nubank, que usa blockchain e tokenização”.
Sobre a valorização expressiva, o Nubank afirmou que “o NuCoin, assim como outros ativos digitais, está sujeito a variações de preço em razão do volume negociado pelos clientes. O Nubank não determina o preço do NuCoin”.
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— Future of Money (@futofmoney) August 15, 2023
Diferentemente de criptomoedas como o bitcoin, um token de fidelidade pode valorizar ou não de acordo com a oferta e a demanda, mas o intuito do projeto é trazer benefícios que fidelizem clientes e/ou fãs de determinada marca, por exemplo. Além da NuCoin, grandes nomes como o Starbucks já apostam na iniciativa.
“Os clientes podem acumular tokens ao fazer compras e, em seguida, trocá-los por produtos, descontos ou serviços exclusivos. Nesse contexto, a valorização dos tokens não é a única prioridade; eles servem como uma ferramenta para aumentar o envolvimento dos clientes e recompensar a lealdade à marca”, explicou Lucas Rangel, especialista de produtos na Mynt, plataforma cripto do banco BTG Pactual.
Enquanto o bitcoin foi projetado para ser utilizado como moeda e, de acordo com as filosofias de Satoshi Nakamoto, seu criador anônimo, se posicionar como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional, tokens de fidelidade possuem um propósito diferente.
O bitcoin, por exemplo, possui um limite máximo de emissão de 21 milhões de criptomoedas, cujo suprimento é cortado pela metade a cada quatro anos em um processo chamado de halving. Já para o NuCoin, foram criados 100 bilhões de tokens, que foram distribuídos de graça para a base de clientes da fintech.
De acordo com os termos e condições do NuCoin, o ativo “é um tipo de utility token (token de utilidade), ou seja, um ativo digital que atribui ao seu titular o direito de usufruir determinado benefício ou acessar determinado produto ou serviço” que poderá ser utilizado para desbloquear benefícios no aplicativo do Nubank, como descontos, prêmios e sorteios.
"O NuCoin não gera, para os Participantes, quaisquer expectativas de remuneração e/ou valorização futura, o que poderá ocorrer apenas em decorrência da dinâmica de funcionamento do mercado de ativos digitais em razão da sua oferta e demanda, sem que haja qualquer ingerência do Nubank, da NuCrypto ou da NuHoldings nesse sentido", afirmam os termos e condições.
Segundo Vinicius Bazan, analista de criptoativos na Empiricus Research, ainda não vale a pena pensar no NuCoin como um bom investimento de longo prazo, já que suas características sinalizam um potencial maior como um token de fidelidade.
“Foram criados 100 bilhões de tokens. Isso quer dizer que, considerando os 20 centavos da máxima (valor 2.000% maior desde o lançamento), o NuCoin estava com R$ 20 bilhões de valor de mercado diluído, ou cerca de US$ 4,1 bilhões. Isso é próximo de dois terços da Polygon. Segundo a Lightpaper, cerca de 16,4 milhões de tokens podem ser distribuídos por dia como recompensa, o que é quase R$ 100 milhões por mês de inflação”, explicou Vinicius.
“O problema é que, nos termos de uso, o Nubank diz que pode controlar a negociação da moeda e pausá-la a qualquer momento para controlar o preço. Imagina você ter um criptoativo que valorizou e não poder vender. Foi o que aconteceu nesse último fim de semana. Quando as negociações voltaram, a moeda oscilou. Não dá para saber para onde o preço da moeda vai, mas no patamar atual não é um negócio sustentável. Em suma, a ideia do NuCoin é legal para o programa de recompensas, especialmente porque há muita oferta, mas não é um bom investimento. Ainda não há demanda”, concluiu.
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