O bitcoin valorizou mais de 60% nos primeiros meses de 2023 (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 29 de maio de 2023 às 17h09.
Última atualização em 29 de maio de 2023 às 17h16.
O bitcoin atingiu recentemente uma métrica considerada importante para o comportamento futuro do preço da criptomoeda. De acordo com a empresa de análise em blockchain Glassnode, os investidores de curto prazo do ativo estão conseguindo vendê-lo com lucro, considerando a média móvel dos últimos sete dias.
A métrica, conhecida como STH-SOPR, avalia a lucratividade das operações dos investidores chamados de curto prazo — aqueles que não acumulam a criptomoeda e costumam vendê-la poucos depois da compra. Quando o índice está acima de 1, há lucratividade, e abaixo de 1, prejuízo.
Em uma publicação semanal atualizada nesta segunda-feira, 29, a Glassnode observou que "após um breve período na faixa do prejuízo, o STH-SOPR voltou a um nível acima de 1. Isso é positivo para a ação de preço no curto prazo, mostrando uma capitulação de acumuladores de curto prazo".
A Glassnode destacou que, historicamente, um STH-SOPR acima de um costuma marcar períodos de tendência de alta do bitcoin. Foi o que ocorreu, por exemplo, durante os ciclos de valorização mais recentes da criptomoeda, ocorridos ao longo de 2021 e nos quatro primeiros meses de 2023.
Já quando o indicador opera abaixo de 1, a criptomoeda costuma estar em período de queda. O último exemplo desse cenário foi no último "inverno cripto" — termo usado para se referir a ciclos de baixa — entre os meses de abril e dezembro de 2022, até o início da recuperação neste ano.
O período abaixo de 1 em maio coincidiu com um momento de lateralização do bitcoin, que tem tido dificuldade para superar um preço acima de US$ 30 mil. Apesar da novidade não garantir que a criptomoeda voltará a subir, ela é um sinal positivo para o mercado.
Até o dia 29 de maio, o bitcoin acumula uma valorização de mais de 60% em 2023, mas atualmente enfrenta uma lateralização, com seu preço alternando na faixa entre US$ 27 mil e US$ 29 mil. Para especialistas, essa valorização está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve — reforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.
O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptos, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.
Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos devido a algumas características da criptomoeda, em especial sua oferta finita e limitada, que lhe confere um caráter deflacionário.
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