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IBM lança novo mainframe para a "era da IA" com foco em eficiência e sustentabilidade

Em entrevista exclusiva à EXAME, executivas contam detalhes sobre nova geração de mainframe da gigante de tecnologia e o papel da IA em empresas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 8 de abril de 2025 às 14h09.

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A IBM anunciou nesta terça-feira, 8, o lançamento do z17, a sua nova geração de mainframe que traz como novidade um foco nas aplicações envolvendo inteligência artificial. Em entrevista exclusiva à EXAME, executivas da gigante de tecnologia explicam que o sistema computacional busca trazer mais eficiência para as empresas, mas com um gasto energético menor.

De acordo com a IBM, o novo mainframe estará disponível a partir de 18 de junho. Descrito como um produto pensado para a "era da IA", ele conta com uma nova geração de processador - o Telum II - e o Spyre Accelerator para ampliar a sua capacidade de processamento e armazenamento de dados.

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Avanço da IA nas empresas

Elpida Tzortzatos, IBM Fellow e CTO do z/OS e AI no IBM Z, explica que a infraestrutura é hoje o "coração" da inteligência artificial, se tornando um fator-chave para o sucesso de projetos envolvendo IA. Esse elemento já era importante na geração anterior de IAs, mas ganhou ainda mais relevância com a IA generativa e sua crescente complexidade.

"A garantia de eficiência e a sustentabilidade são os dois grandes desafios quando pensamos na implementação da IA generativa e em como ter casos de uso que tragam valor para os clientes", comenta. Há, ainda, desafios novos, como a proteção de dados usados no treinamento das IAs e garantias de escalabilidade, segurança e eficiência.

O objetivo da IBM é ter uma tecnologia "que entregue algo além da ideia da 'tecnologia pela tecnologia'. As empresas precisam ter algo que resolva os problemas reais e do dia a dia". Com o novo mainframe, a IBM espera que as companhias tenham resultados mais precisos, seja no uso de IA preditiva ou generativa.

Por isso, um dos focos do z17 é permitir um uso "multimodal" de IAs, combinando diferentes gerações para atender a cada necessidade dos clientes. "A IA preditiva não vai desaparecer. As empresas vão continuar usando elas, além da IA generativa, para resolver problemas", avalia.

"Não existe uma única IA capaz de resolver todos os problemas. A IA generativa está recebendo muita atenção, mas não significa que ela é a melhor ferramenta para todos os casos de uso. A preditiva continua sendo ótima para dados numéricos, ela atende melhor esses casos de uso. Já os LLMs são melhores na criação de conteúdos e fornecimento de contexto, ou seja, dão a parte qualitativa dos dados", diz Tzortzatos.

Nesse sentido, é preciso que as empresas entendam o problema que precisam resolver e qual inteligência artificial será mais apropriada para isso. Em seguida, deve-se pensar em aspectos de custo, eficiência, escalabilidade, governança, segurança e impacto ambiental. Com o z17, a IBM busca atender a todos esses elementos.

"Você não precisa da IA generativa para tudo. Nós queremos oferecer o melhor do portfólio da IBM, além de dar capacidade de monitorar a governança, a origem dos dados, os vieses, e trazer uma explicabilidade para as decisões da IA. Não basta ter a infraestrutura, nós queremos oferecer algo que garanta um cumprimento de regras em todo o ciclo de vida da IA", explica a executiva.

Em relação ao gasto energético, e o consequente impacto ambiental, do uso da inteligência artificial, Tzortzatos explica que os principais modelos disponíveis no mercado atualmente, como o ChatGPT, contam com "bilhões, trilhões" de tokens, uma espécie de pedaços de informação, para abranger uma ampla gama de temas. Por consequência, eles demandam mais poder de processamento e armazenamento e o gasto energético é maior.

Por outro lado, a IBM tem trabalhado no desenvolvimento de modelos de IA menores, mais específicos para determinadas tarefas e temas, o que exige um processamento e armazenamento menor de dados e reduz o gasto energético. Com isso, é possível fazer mais gastando menos.

Chegada do IBM z17

Tina Tarquinio, CPO da IBM Z e LinuxONE, comenta ainda que o z17 deve integrar todas as camadas da estratégia de IA da IBM, incluindo o seu modelo de nuvem híbrida e seu assistente de IA, o Watson X. "Nossa capacidade instalada cresce mais de três vezes na última década. Estamos com um modelo de mainframe que está prosperando, e queremos continuar assim, mas o impulsionando por meio da IA".

"Nós buscamos entender as demandas dos clientes, entrevistamos empresas de 16 setores diferentes, e o que buscamos é garantir que estamos entregando algo que atende as necessidades deles. O z17 quer oferecer uma IA avançada para as empresas", diz.

Por isso, o mainframe permite combinar diferentes tipos de IA na resolução de um mesmo programa. Testes da IBM aponta que ele consome 5,4 vezes menos energia que a geração anterior de mainframe, o z16. Além disso, o z16 contava com 300 bilhões de inferências possíveis, enquanto o z17 terá 450 bilhões.

"Nós queremos que o cliente faça mais consumindo menos energia. É a ideia de ter uma inteligência artificial para inovação e crescimento, permitindo a automação e transformação de operações para ter mais eficiência", explica.

Tarquinio avalia que setores como de serviços financeiros, bancos, seguros, governos, de ciência ambiental e ciências médicas devem ser os mais beneficiados pelo novo mainframe, mas a ideia é ter "um caso de uso para todos os nossos clientes".

"Toda indústria tem a oportunidade de aproveitar, estamos vendo como a inteligência artificial pode nos ajudar a ser mais eficientes, e queremos essa eficiência no que é mais importante e central. As possibilidades são ilimitadas", afirma.

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