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IA está em "ponto de inflexão entre o hype e a realidade", diz executiva da IBM

Em entrevista à EXAME, Kate Woolley destacou que inteligência artificial vai "mudar significativamente a forma como o trabalho é feito"

Kate Woolley é gerente geral de Ecossistemas da IBM global (IBM/Divulgação/Divulgação)

Kate Woolley é gerente geral de Ecossistemas da IBM global (IBM/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de agosto de 2024 às 09h30.

Última atualização em 12 de agosto de 2024 às 10h47.

Após se tornar o assunto do momento em 2023, a inteligência artificial, e mais especificamente a IA generativa, segue atraindo a atenção de empresas, pessoas e governos neste ano. E enfrenta agora um "ponto de inflexão entre o hype e a realidade". Essa é a avaliação de Kate Woolley, gerente geral de Ecossistemas da IBM global.

Em entrevista exclusiva à EXAME, ela explica que a IA tem "um enorme potencial", mas que o mercado ainda está "entendendo o que pode fazer com ela". "O que vemos com os nossos clientes é que muitas pessoas estão testando, explorando, olhando para a IA e como ela pode melhorar a eficiência, mas há mais desafios quando elas passam para a prática".

Para Woolley, um dos principais desafios ligados à inteligência artificial ainda é a transparência e a confiança em torno dessas ferramentas, que muitas vezes podem cometer erros, fornecer informações imprecisas ou limitar a governança das empresas nas operações.

Nesse sentido, ela afirma que a IBM tem trabalhado para trazer mais transparência e a "compreensão de como a IA está sendo usada e os insights que podem ser tirados". A executiva pontua que a visão da gigante de tecnologia é que "a natureza aberta da IA ​​é absolutamente crítica para que ela chegue à realidade".

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Uma das apostas da IBM nessa perspectiva é o desenvolvimento da chamada "nuvem híbrida", que dá mais poder de escolha para as empresas no gerenciamento dos dados e permite o compartilhamento deles com ferramentas de inteligência artificial sem, necessariamente, torná-los públicos para outras empresas.

"O valor da IA ​​virá dos dados. Quando olhamos para todos os dados que chegam hoje, eles estão disponíveis publicamente, o poder das empresas virá da integração dos seus dados com a IA, usando-os internamente, e não deixando que sejam usados pelos seus concorrentes", diz.

O futuro da IA

Woolley acredita que "a combinação de nuvem híbrida e inteligência artificial será crítica para liberar o poder dos dados na IA. A nuvem híbrida é o que vai permitir acessar os dados e aproveitar a IA. Quando falamos com empresas, elas querem possuir, manter controle total sobre seus dados. A nuvem híbrida é a combinação entre o armazenamento privado e público".

Para além da inteligência artificial e sua capacidade de concentrar as atenções do mercado, a executiva cita que um dos "maiores focos" da IBM no momento é a chamada computação quântica, que na visão de Woolley terá "uma enorme oportunidade que se transformará na próxima década".

Mas ela acredita que o foco em torno da inteligência artificial é justificado: "Estamos no início da transformação que a IA vai gerar. A comparação sobre o potencial de mudança da IA com a mudança trazida pela internet é justa".

"A IA vai mudar significativamente a forma como o trabalho é feito. A questão não é se as empresas vão se negar a usar a IA, mas sim como vão usar. E, se as empresas não trabalharem nisso, os funcionários não olharem como usar no trabalho, eles ficarão para trás. A IA acrescenta coisas para nós, permite uma requalificação, e acho que isso continuará a ter um impacto significativo", diz.

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