(Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 16 de dezembro de 2023 às 10h00.
Durante um painel na Universidade de Stanford em 2018, Peter Thiel, um dos fundadores do PayPal, disse uma frase intrigante: “IA é comunista, cripto é libertária”. Essa afirmação ousada não apenas destaca as diferenças ideológicas entre Inteligência Artificial e o mundo cripto, mas também prepara o terreno para uma exploração mais profunda de como essas tecnologias estão moldando o futuro da interação digital e do controle.
A IA representa um paradigma de controle centralizado de cima para baixo. É uma tecnologia que prospera em ambientes onde decisões e processos são decididos por meio de uma entidade central, muitas vezes autoritária. Esse enfoque é evidente na forma como grandes empresas de tecnologia, como o Google, utilizando IA, pode decidir exatamente qual anúncio exibir para cada um de seus bilhões de usuários.
A IA é essencialmente uma inovação que reforça e amplia os modelos de negócios dos gigantes da tecnologia. É um facilitador para que essas corporações tomem decisões mais eficientes, muitas vezes às custas da privacidade individual.
Em contraste, cripto surge como uma inovação fundamentalmente disruptiva. Sua essência reside na descentralização, promovendo uma abordagem de baixo para cima no desenvolvimento e governança de sistemas. Diferente da IA, que consolida o controle, cripto o dispersa, possibilitando cooperação em larga escala sem um ponto central de controle.
Ela permite a disrupção de modelos de negócios tradicionais, particularmente aqueles das grandes empresas de tecnologia, empoderando indivíduos e entidades menores. Cripto é um movimento liderado por rebeldes e inovadores, desafiando o status quo do controle digital centralizado.
No campo da privacidade, IA, com sua necessidade inerente de uma quantidade gigantesca de dados, acaba nos levando em direção à uma redução da privacidade. As corporações coletam nossos dados pessoais para treinar modelos de IA, visando eficiência e personalização sem precedentes. Já cripto caminha na direção oposta, que é a direção do aumento da privacidade individual e do aumento da soberania onde os usuários possuem controle sobre seus próprios dados.
No âmbito da geração de conteúdo, a IA inaugurou uma era de abundância de dados e conhecimento. De textos a imagens e filmes, as capacidades da IA na criação de conteúdo são impressionantes, levando a um excesso de conteúdo digital. Cripto, nesse cenário, atua como uma força de equilíbrio. Ela fornece ferramentas e mecanismos para distinguir o que é criado por humanos versus o que é criado pela IA.
As trajetórias contrastantes da IA e cripto revelam uma narrativa maior sobre o futuro da tecnologia. Enquanto a IA simplifica, centraliza, e traz abundância, aumentando o poder dos grandes players da tecnologia, cripto perturba e descentraliza, devolvendo o controle ao indivíduo e gerando confiança e autenticidade.
À medida que avançamos, o equilíbrio entre essas duas forças moldará significativamente nossa paisagem digital, influenciando tudo, desde a privacidade até a autenticidade do conteúdo. Compreender e navegar essa dicotomia será crucial para qualquer pessoa envolvida na indústria de tecnologia, seja como desenvolvedor, empreendedor ou usuário.
*Matheus Bombig é engenheiro mecânico pela Unicamp, co-fundador da Invenis, do Surf Junkie Club e da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L).
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