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IA é a 'oportunidade da década' para a América Latina, diz líder da IBM

Lufer Padilla vê avanço da inteligência artificial generativa como uma 'oportunidade' para repensar e otimizar processos nas empresas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 15h16.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 16h22.

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A inteligência artificial é a "oportunidade da década" para a América Latina. Essa foi a visão compartilhada por Lufer Padilla, managing partner da IBM Consulting para a América Latina, durante o evento IBM AI Experience LA, que conta com a cobertura da EXAME. Na visão do executivo, o avanço da IA generativa permite repensar e otimizar diversos processos nas empresas.

Padilla pontua que a IA tem sido capaz de mudar experiência, a forma como os trabalhamos são feitos e, inclusive, de criar novos trabalhos. Ele compara o grau de mudanças trazidos pela tecnologia ao impacto da internet e da computação em nuvem, que se disseminaram nas duas primeiras décadas do século 21.

Para ele, a inteligência artificial é "um acelerador para repensar os processos de forma mais inteligente, distinta. É a chance de pensar como trabalhar melhor os talentos humanos, em combinação com a tecnologia". O executivo acredita, ainda, que o avanço da IA generativa vai criar uma nova demanda por uma "mão de obra digital", criando uma oportunidade valiosa para quem souber aproveitá-la.

O líder da IBM Consulting ressaltou que, enquanto os modelos tradicionais de inteligência artificial focavam na predição e tomada de decisão, a "nova geração", ou seja, a IA generativa, passa a ser capaz de tomar decisões, executá-las e também criar os próprios conteúdos. Ele avalia, porém, que o mercado está "na ponta do iceberg" nesse setor, pensando no seu potencial.

O futuro da IA generativa

Ao abordar o futuro da inteligência artificial, Padilla comenta que o ano de 2024 teve como foco o aumento de confiança e a implementação de programas de governança para as ferramentas de IA, proporcionando "uma adoção mais ampla, segura, com dados bem selecionados e modelos mais específicos".

Para 2025, a tendência deverá ser a busca por aplicações de IA que sejam "mais rentáveis e eficientes", com métricas claras. Já em 2027, o foco estará na escalabilidade das aplicações da tecnologia, enquanto em 2029 o foco será a garantia de confiabilidade e explicabilidade dos resultados dessas ferramentas. A partir de 2030, ele acredita que haverá uma IA multimodal, aceitando todos os tipos de interação, e que vai oferecer uma “escala sem precedentes” para as empresas.

Projeções citadas por Padilla apontam que, até 2026, 80% das empresas já terão incluído a IA generativa em seus processos. Um levantamento da IBM indica que 67% das empresas da América Latina aceleraram a implementação da IA nos últimos 24 meses, ante 59% a nível global. Além disso, 31% já possuem uma estratégia holística para a tecnologia, e 75% dos CEOs afirmam que ter IAs generativas avançadas será uma vantagem competitiva.

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Pensando em prioridades, 39% dos CEOs de empresas da América Latina citam a aplicação de IA para a inovação de produtos e serviços, enquanto 35% citaram questões de cibersegurança e privacidade de dados e 33% a precisão das previsões feitas pelas IAs.

Padilla avalia que as empresas estão dispostas a avançar mais em processos de automação com uso de inteligência artificial mesmo que isso signifique tomar mais riscos, desde que essa adoção traga uma vantagem competitiva. Em geral, as empresas "sentem uma necessidade de avançar rápido" no tema.

Já entre os desafios, 37% dos CEOs citam questões de produtividade e rentabilidade, uma preocupação maior que no resto do mundo, enquanto 35% falam sobre a dificuldade de inovar modelos de negócios. Além disso, 35% dos CEOs também citam aspectos de diversidade e inclusão, bem acima da média global, de 29%.

O líder da IBM Consulting acredita que, nos próximos anos, a experiência oferecida aos usuários nessas ferramentas de inteligência artificial será um grande diferencial. As empresas também deverão se preocupar mais com resultados, buscando casos de uso concretos, além de criar uma infraestrutura robusta e integrar o tema de IA na estratégia de negócios da companhia.

"Apesar de IA ter mais de 40 anos, o que trouxe uma adoção massiva foi a experiência do usuário, a acessibilidade, a ideia de que qualquer um pode interagir, mandar prompts. Isso mostra que a experiência dos usuários é um dos pontos mais centrais para a IA generativa", ressalta.

Citando casos de uso com mais potencial, Padilla citou as áreas de aplicação em recursos humanos - onde o ganho de produtividade chegou na casa dos 40% em atividades como treinamento, recrutamento e avaliação de funcionários -, atendimento aos consumidores - em que as IAs conseguem fazer mais trabalho, mais rapidamente e com mais satisfação dos clientes - e programação, com dados indicando que 60% do conteúdo de desenvolvimento de códigos já é gerado via IA.

*O repórter viajou para Mendoza, Argentina, a convite da IBM

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