Bitcoin valorizou mais de 150% em 2023 (Getty Images/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 15h00.
Última atualização em 23 de janeiro de 2024 às 15h07.
Uma das características mais conhecidas do bitcoin é a sua oferta finita. Na prática, isso significa que há uma quantidade máxima de unidades da criptomoeda que podem existir e circular no mercado. Atualmente, a oferta liberada para o mercado do ativo é de pouco mais de 19,5 milhões de unidades em relação ao máximo de 21 milhões, mas nem todas estão disponíveis para negociação.
O motivo é que diversos investidores e organizações adquirem a criptomoeda e acabam deixando-a guardada, por diferentes razões. Um levantamento do site Bitcoin Treasuries aponta que, atualmente, 10% da oferta total do ativo está sob controle de empresas, fundos e até países.
Confira abaixo a lista dos dez maiores detentores de bitcoin
O levantamento indica que, somando todos os ETFs, fundos, empresas, governos e organizações de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês), a quantidade sob controle do grupo é de 2,1 milhões de unidades de bitcoin, equivalente a 10,33% da oferta total do ativo.
Ao mesmo tempo, a pesquisa não leva em conta alguns aspectos que poderiam elevar essa fatia. É o caso da dinâmica das corretoras de criptomoedas, que costumam ter reservas dos ativos para garantir a liquidez nos saques de clientes. A Binance, maior exchange do mundo, afirma ter mais de 500 mil unidades de bitcoin como reserva.
Entretanto, o Bitcoin Treasuries leva em conta apenas o total informado por empresas e fundos que são adquiridos para fins de investimento ou criação de tesouro da empresa, excluindo as reservas de liquidez.
Where is all the #Bitcoin?
Between ETFs, funds, private and public companies, governments and even DeFi🤮, it only comes out to 2,170,327 BTC or ~10.33% of total supply.
The remaining BTC is in the hands of individuals or lost for good. Stay strong, hodlers.💪 pic.twitter.com/brtjwESN4J
— Swan (@Swan) January 19, 2024
No caso dos governos dos Estados Unidos e da China, os montantes da criptomoeda foram obtidos do congelamento de fundos de criminosos em diversas operações. A maior, nos Estados Unidos, envolveu o Silk Road, um marketplace que operava na chamada Deep Web.
O volume de bitcoins significativo ainda em posse do governo americano gera temores de um impacto relevante no mercado caso o país decida se desfazer dessas criptomoedas em algum momento. O país já realizou algumas vendas anteriormente e, contabilizando os ativos vendidos e os mantidos, o total chegaria a US$ 17 bilhões em bitcoin.
Já no caso da Ucrânia, o volume é uma combinação de apreensões em operações e valores recebidos via doações. No caso das empresas, um dos principais destaques é da MicroStrategy, que adotou uma estratégia bem-sucedida até o momento de uso da criptomoeda como ativo para seu tesouro. Outra empresa com estratégia semelhante é a Tesla, de Elon Musk, com 9 mil unidades.
Por outro lado, a MT. Gox é uma corretora falida que ainda possui uma quantia relevante de bitcoin em suas reservas, o que também gera frequentemente temores de impactos no preço em caso de vendas. A Block.one é uma empresa de software que usa tecnologia blockchain.
Também no top10, as reservas da Tether compõem um conjunto mais amplo de ativos que busca garantir a paridade da sua stablecoin, a USDT, em relação ao dólar. E o Wrapped BTC é um projeto descentralizado de investimento na criptomoeda.
Os dados do Bitcoin Treasuries mostram ainda a dominância da Grayscale entre as gestoras que possuem ETFs ou fundos de investimento no ativo. Porém, a empresa tem perdido investidores desde que os ETFs de preço à vista foram lançados no mercado. Gigantes do mercado tem expandido a quantidade de bitcoin conforme seus fundos atraem investidores. A BlackRock, por exemplo, possui mais de 31 mil unidades atualmente.
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