Drex está entre prioridades dos bancos brasileiros (Banco Central/Divulgação/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 18 de julho de 2024 às 15h41.
O governo federal participou recentemente de um debate no Senado Federal em que elogiou o Drex, projeto de criação de uma moeda digital pelo Banco Central, mas ressaltou que é preciso colocar "limites" na governança total do BC e do Conselho Monetário Nacional (CMN) na plataforma que estará por trás do projeto.
Representando o governo, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Emmanuel Sousa de Abreu, ratificou as vantagens do Drex, mas ressalvou que a emissão digital tem sido alvo de preocupação quanto aos aspectos de privacidade.
Ele também sublinhou que a governança do sistema é tema das maiores discussões dentro da equipe técnica do governo e saudou a intenção do Senado de atribuir ao Conselho Monetário Nacional as questões de governança em torno do projeto.
"A discussão desta moeda digital não pode ficar especificamente dentro […] do Banco Central […], porque não envolve apenas temas técnicos, mas também temas políticos, como liberdade, auxílio a políticas públicas e tributação", disse.
Ainda segundo Abreu, a decisão de se trazer ao Congresso a definição da competência para emissão do Drex foi fundamental inclusive para se colocar “limites” ao poder do CMN e do BC. Ele disse esperar que a proposição consiga construir um modelo de emissão de moeda soberana digital que equilibre as virtudes dos ativos virtuais, como as criptomoedas, com as vantagens de uma moeda fiduciária como o real.
Representando o Banco Central, o coordenador do Drex, Fabio Araujo, disse que a autarquia vem conversando com órgãos do governo e com os setores financeiro e acadêmico sobre o projeto.
"Apesar de estarmos construindo uma moeda em formato digital, ela é a pedra fundamental de uma plataforma de pagamentos inteligentes, que foca na prestação de serviços financeiros", disse.
Já André Silva Jardim, que representou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse que a entidade estuda as emissões soberanas de moeda desde 2021 e também destacou o papel central do Drex dentro de um “ecossistema” mais amplo de transações. Ele espera que a moeda digital entre em uso geral com "tanta transparência quanto ocorreu com o Pix".
"Você não precisa saber quais são os meios de pagamento, o que está sendo envolvido quando um Pix sai de um lugar para o outro. Para a sociedade, isso é transparente. A ideia é que o Drex também seja dessa forma, trazendo todos os benefícios", apontou.