Repórter do Future of Money
Publicado em 25 de outubro de 2024 às 17h37.
Última atualização em 25 de outubro de 2024 às 17h48.
O governo dos Estados Unidos conseguiu recuperar nesta sexta-feira, 25, cerca de US$ 19,3 milhões (R$ 110 milhões, na cotação atual) em criptomoedas que haviam sido transferidas de suas carteiras digitais na véspera. A movimentação chamou a atenção do mercado e gerou especulações sobre um possível ataque hacker.
O caso foi identificado pela empresa de monitoramento de blockchain Arkham Intelligence. Na última quinta-feira, 24, a empresa divulgou no X, antigo Twitter, que endereços de carteiras digitais ligadas às autoridades dos Estados Unidos "aparentemente foram invadidas".
De acordo com a Arkham, o aparente ataque resultou na transferência de US$ 20 milhões em unidades das criptomoedas USDC, USDT e ether, que foram "movimentadas de forma suspeita" para outro endereço de carteira digital e então vendidos.
"Acreditamos que o invasor já começou o processo de lavagem de dinheiro com seus lucros por meio de endereços suspeitos vinculados a um serviço de lavagem de dinheiro", comentou a empresa.
A Arkham explicou ainda que as unidades tinha sido apreendidas pelas autoridades dos Estados Unidos após a prisão de um hacker que, há alguns anos, conseguiu invadir a corretora de criptomoedas Bitfinex e roubar a quantia milionária nos ativos digitais.
Horas depois, porém, a Arkham informou que as autoridades dos Estados Unidos conseguiram recuperar 88% dos ativos desviados. Até o momento, o governo americano não se pronunciou oficialmente sobre o caso, sem confirmar portanto que a ação se tratou de uma invasão.
Nesse caso, a recuperação dos ativos pode ter envolvido ações por corretoras de criptomoedas ou então a prisão dos responsáveis pelo ataque, que então poderiam ter sido obrigados a retornar os ativos. Uma operação desse tipo, porém, é tradicionalmente divulgada para a imprensa, o que ainda não ocorreu.
Outra possibilidade é que os invasores tenham pedido para ficar com uma parte dos ativos desviados — os 12% restantes — e concordado em devolver a maior parte das moedas digitais para o governo dos Estados Unidos. Sem um pronunciamento do governo, porém, o caso continuará sendo um mistério.