Criminosos tem usado transmissões ao vivo no YouTube para roubar criptomoedas das vítimas (Issaro Prakalung / EyeEm/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 25 de novembro de 2021 às 18h27.
O uso do YouTube como plataforma para divulgação de fraudes e golpes não é novidade e tampouco exclusividade do mercado de criptomoedas. Mas o setor tem se mostrado rentável para os criminosos, que têm se aproveitado da falta de conhecimento da maioria das pessoas sobre o assunto e também das expectativas de lucros rápidos por parte dos investidores.
Nesta semana, a Tenable, empresa especializada em mapear vulnerabilidades para evitar possíveis ataques cibernéticos à empresas, notificou usuários sobre possíveis ofertas falsas de criptomoedas em redes sociais, à medida que sorteios e brindes falsos se proliferam no YouTube. De acordo com cálculos da empresa, apenas um conjunto de golpes mapeados na plataforma de vídeos no último mês, criminosos roubaram cerca de 8,9 milhões de dólares, ou 50 milhões de reais, em criptomoedas.
“Os criminosos estão aproveitando contas comprometidas do YouTube para promover ofertas falsas de bitcoin, ether, dogecoin, ADA, ripple, shiba inu e outras criptomoedas”, explicou Satnam Narang, engenheiro de pesquisa na Tenable. “É preciso estar sempre alerta. Os golpes com bitcoin que monitorei resultaram em US$ 8,2 milhões em fundos roubados, com valor médio de US$ 1,6 milhão por golpe. Os de ether receberam US$ 413 mil em fundos roubados, em média US$82.778 por golpe. Já os de shiba inu resultaram em US$ 239 mil em fundos, em média US$ 34.192 por golpe”, completou.
Um dos artifícios dos criminosos é usar a imagem de pessoas influentes, nas quais as vítimas confiam. Assim, os cibercriminosos criam vídeos falsos em que aparecem criadores das criptomoedas, executivos ligados ao mercado, entre outros rostos conhecidos do setor.
Em uma série de vídeos falsos do YouTube Live que Satnam identificou, os golpistas usaram imagens de pessoas ilustres, incluindo, o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk; o CEO da MicroStrategy, Michael Saylor; o criador da rede Ethereum, Vitalik Buterin; o cofundador da Ethereum e criador da Cardano, Charles Hoskinson; entre outros.
O aspecto comum entre todas essas transmissões falsas do YouTube, geralmente no setor de transmissões ao vivo da plataforma, é que os usuários são direcionados a sites externos que afirmam dobrar a criptomoeda de um usuário, seja bitcoin, ether, dogecoin, ADA, ripple ou shiba inu. Assim, as vítimas enviam valores para os endereços dos criminosos na esperança de que irão receber de volta em dobro.
Para ajudar a frustrar os esforços dos golpistas, Satnam oferece um conselho: “É realmente importante que os usuários desconfiem de vídeos do YouTube Live que prometem brindes de pessoas famosas. Nunca envie criptomoedas para participar de um sorteio, pois é improvável que seja verdadeiro, e você não poderá recuperar seu dinheiro digital depois que ele for enviado. Também é importante denunciar esses vídeos, pois há uma chance de impedir que alguém seja uma nova vítima”.
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