Goldman Sachs é um dos maiores bancos do mundo (Scott Eells/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 14h35.
O Goldman Sachs, um dos maiores bancos do mercado financeiro, está em negociações com as gestoras BlackRock e Grayscale para participar dos seus ETFs de bitcoin. Atualmente, a SEC analisa solicitações dessas e outras empresas para o lançamento de fundos negociados em bolsa de preço à vista da criptomoeda.
De acordo com o site CoinDesk, o Goldman Sachs tem interesse em se tornar um "participante autorizado" nos dois ETFs. O papel permitiria que o banco atuasse no gerenciamento de fluxo de capital necessário para adquirir as unidades da criptomoeda e também na criação de novas ações de participação.
Nesse sentido, o banco atuaria como um intermediário nas operações do ETF de bitcoin. Recentemente, a BlackRock enviou documentos para a SEC informando que escolheu o JPMorgan - maior banco do mundo - e a Jane Street como os seus participantes autorizados.
Entretanto, ainda é possível adicionar novos participantes autorizados no ETF. A Jane Street foi a empresa mais citada até o momento nos pedidos, seguida pelo JPMorgan e pelo grupo financeiro especializado em gestão de patrimônio institucional Cantor Fitzgerald.
No caso da Grayscale, a gestora busca no momento converter seu fundo de investimento na criptomoeda em um ETF. O pedido foi inicialmente rejeitado pela SEC, mas a empresa obteve uma vitória na Justiça dos Estados Unidos que obrigou o regulador a reabrir a análise, privando-o do seu principal argumento até então para rejeitar solicitações do tipo.
Ainda de acordo com o CoinDesk, a expectativa atual no mercado é que cada ETF de bitcoin chegue a ter de cinco a dez participantes autorizados, que deverão ser incluídos nos fundos em um futuro próximo. A tendência é que grandes empresas do mercado financeiro ocupem essas posições.
O interesse do Goldman Sachs no ETF mostra a crescente atratividade das criptomoedas para instituições financeiras tradicionais. Em um relatório divulgado em dezembro, o próprio Goldman Sachs reconheceu que 2023 foi um "ano de institucionalização" para essa classe de ativos.
Para o Goldman Sachs, a alta recente das criptomoedas ocorre principalmente devido à expectativa de que a SEC vai aprovar os pedidos de gestoras para o lançamento de ETFs de preço à vista do bitcoin, o que resultou no momento em uma busca maior por produtos de investimento regulados já disponíveis, incluindo os derivativos.