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Gestora de R$ 3 trilhões diz que chance de aprovação de ETF de bitcoin nos EUA é alta

Bernstein avalia que a falta de fundos que acompanham o preço à vista da criptomoeda nos EUA acaba sendo prejudicial para o mercado

Gestoras entraram com pedidos para lançar ETF de preço à vista do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Gestoras entraram com pedidos para lançar ETF de preço à vista do bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 3 de julho de 2023 às 15h03.

Última atualização em 3 de julho de 2023 às 15h41.

A Bernstein, gestora de patrimônio com mais de R$ 3 trilhões em ativos, afirmou em um relatório publicado nesta segunda-feira, 3, que vê uma probabilidade "razoavelmente alta" de que os pedidos de fundos negociados em bolsa (ETFs, na sigla em inglês) de preço à vista do bitcoin sejam aprovados nos Estados Unidos.

Na visão da gestora, a postura atual da Comissão de Valores Mobiliários do país, a SEC, é "difícil de ser mantida". O regulador ainda não aprovou nenhum pedido de ETF de preço à vista da criptomoeda, aceitando apenas o lançamento de fundos expostos a contratos futuros do ativo.

O relatório destaca que, no momento, a visão da SEC é que os ETFs de preço à vista do bitcoin não seriam confiáveis porque "as corretoras, como a Coinbase, ainda não estão sob sua regulação, e por isso os preços à vista não seriam confiáveis e estariam abertos a manipulações".

Um movimento destacado pela Bernstein foi o da Grayscale, que atualmente trava uma batalha judicial para converter o Grayscale Bitcoin Trust (GBT) em um ETF. "O tribunal não pareceu convencido de que o preço futuro não é derivado do preço à vista e, portanto, permitir um ETF baseado em futuros e não permitir um de preço à vista pareça uma pílula difícil de engolir para os tribunais", avalia o relatório.

Um ponto que deve ajudar na aprovação desses ETFs é o acordo entre as corretoras de criptomoedas e bolsas reguladas, como a Nasdaq, para garantir o acompanhamento de dados e respaldar os fundos. Na visão da Bernstein, a falta desses ETFs têm sido prejudicial para investidores.

O relatório afirma que a falta de ETFs de preço à vista de bitcoin abriu margem para o lançamento de produtos como o GBT, que seriam "mais caros, sem liquidez e ineficientes". Nesse sentido, os fundos podem ser uma opção mais bem-vista pela SEC.

"A SEC deve preferir trazer um ETF de bitcoin regulamentado liderado por participantes mais tradicionais de Wall Street e com vigilância de corretoras regulamentadas existentes do que ter de lidar com um produto em uma zona cinza, preenchendo a lacuna institucional", afirma a gestora.

ETFs de bitcoin

Nas últimas duas semanas, diversas gestoras entraram com pedidos para lançarem seus próprios ETFs de preço à vista da maior criptomoeda do mundo. A que chamou mais a atenção do mercado foi a BlackRock, gestora que possui mais de US$ 10 trilhões sob gestão.

Além dela, a Fidelity, a WisdomTree, VanEck e a Invesco também enviaram solicitações para a SEC, se juntando à Ark Invest, que enviou um pedido em abril. A SEC chegou a devolver esses pedidos solicitando mais clareza nas informações, e as gestoras enviaram o material novamente pouco depois.

Os ETFs são considerados uma alternativa mais segura e tradicional para investidores que ainda têm receio de investir no mercado de criptomoedas. Por isso, a aprovação inédita de um ETF de preço à vista do bitcoin é ansiosamente aguardada por investidores, que esperam que o lançamento de um produto do tipo atraia mais capital e interesse para o setor.

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