Com a queda generalizada do setor, apenas uma criptomoeda se destaca por ganhos, mas levanta suspeitas de especialistas (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)
A QR Asset divulgou nesta segunda-feira, 6, quais foram as cinco melhores e as cinco piores criptomoedas de acordo com seu desempenho em maio. O documento elaborado pela gestora especializada em blockchain e criptomoedas traz luz a aspectos positivos e negativos que podem ser importantes na hora de investir em ativos digitais.
Em sua metodologia de análise, a QR Asset se baseou em dados da Messari para selecionar as moedas de melhor e pior desempenho no mês de maio. Elas foram escolhidas a partir dos rankings das 40 e das 100 maiores criptomoedas por valor de mercado.
Ou seja: os ativos que começaram ou terminaram o mês no top 40 e que possuíam valor de mercado superior a US$ 1 bilhão no início de maio foram selecionados para a análise. Ficaram de fora aqueles que começaram o mês no top 40 e finalizaram fora do top 100, bem como os que possuíam valor de mercado inferior a US$ 1 bilhão no início do mês.
No geral, maio foi um mês negativo para o mercado de criptoativos, comentaram os especialistas da gestora responsável por um dos principais ETFs de bitcoin do Brasil, o QBTC11.
Bitcoin e ether caíram 22,3% e 34,4% frente ao real em maio, respectivamente. Para os analistas da QR Asset, isso demonstra que o impacto da queda da Luna e UST pode ter sido mais forte do que o esperado, atingindo as duas principais moedas do mercado.
O documento utiliza bancos bastante conhecidos pelo brasileiro como exemplo do rombo que o fim da rede Terra pode significar. Considerando que estimam-se perdas de US$ 40 bilhões causados por Luna e UST, o valor seria aproximadamente o mesmo do Bradesco e um pouco menos que o Itaú, caso estes bancos quebrassem.
Entre as cinco criptomoedas de pior desempenho analisadas pela QR Asset, a Luna estrela em primeiro lugar. Acompanhada por AVAX, Rune, CRO e SOL, ela foi a única que chegou a zero e apresenta aproximadamente o dobro das perdas de suas companheiras no ranking.
As quatro moedas que seguem a Luna no ranking têm muito mais em comum além da queda de aproximadamente 50% em maio. Todas elas são tokens nativos de redes de contratos inteligentes, que figuravam como fortes concorrentes em potencial da Ethereum, maior blockchain do gênero.
Conhecidas como Ethereum killers, ou “assassinas da Ethereum” em português, elas têm chances de se firmar como soluções para o problema de escalabilidade enfrentado pela Ethereum, segundo especialistas.
Entre as criptomoedas de melhor desempenho selecionadas pelos especialistas da QR Asset, apenas uma fechou maio no verde. A TRX, token nativo do blockchain Tron, subiu 29,5% no período, por conta do lançamento de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) em seu ecossistema.
Prometendo altos retornos anuais para depósitos na criptomoeda de valor estável USDD, lançada no início do mês, a rede Tron recebeu quase US$ 2 bilhões em valor total bloqueado (TVL), forma de investimento necessária para obter a renda passiva prometida.
No entanto, os especialistas a gestora alertam para a semelhança do projeto com o Anchor Protocol, do ecossistema Terra, rede que abrigava as criptomoedas Luna e UST, colocando em dúvida a sua sustentabilidade.
De acordo com a empresa, que realiza avaliações constantes das principais criptomoedas do mercado para seus ETFs, as variações negativas vistas em maio mostram o receio de investidores com criptomoedas alternativas após o fim da Terra Luna. O pessimismo no mercado tem se demonstrado bastante acentuado, com o Índice de Medo e Ganância atingindo recordes de “medo extremo”.
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