Repórter do Future of Money
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 11h55.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 12h25.
Gabriel Galípolo, atual diretor e próximo presidente do Banco Central, afirmou neste mês que o Drex tem potencial para "produzir uma revolução" no sistema financeiro do Brasil, com destaque para o mercado de crédito. Ele explicou que o projeto possui características que poderiam contribuir para a redução do custo do crédito no país.
O economista falou sobre o tema no início de outubro, durante a sabatina no Senado Federal que antecedeu a sua aprovação como próximo presidente da autarquia, sucedendo Roberto Campos Neto. Em sua fala, ele destacou que uma de suas prioridades será reduzir o custo do crédito para os brasileiros.
Galípolo disse que a criação da infraestrutura por trás do Drex, uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês), poderá oferecer os "recursos necessários" para atingir esse objetivo, incluindo a redução do chamado spread bancário, a diferença entre os custos de captação das instituições financeiras e as taxas de juro cobradas dos consumidores.
"A própria ideia do Drex permite que a gente consiga avançar e produzir uma revolução, ao termos essa infraestrutura pública digital, para o crédito colateralizado, viabilizando a redução dos spreads", explicou o próximo presidente do Banco Central.
Ele avaliou ainda que uma das principais vantagens da versão digital do real é a automatização de diferentes processos, o que tende a reduzir o custo de diversas operações, incluindo a concessão de crédito. A vantagem deverá ser maior em operações de risco maior, como a de rotativos de cartões de crédito, segundo Galípolo.
Até o momento, o próximo presidente do Banco Central deu poucas declarações públicas sobre o Drex. Em abril deste ano, ele chegou a comentar que a iniciativa dependia da capacidade do "setor privado ter uma solução adequada que não existe ainda" para problemas de privacidade e segurança.
"Nem as maiores empresas do mundo do setor tecnológico conseguiram oferecer [soluções] de uma maneira que seria adequada", comentou, destacando que a agenda era "desafiadora". O tema tem sido um dos principais desafios do piloto, mas o Banco Central iniciou pouco depois testes com ferramentas de privacidade.
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Meses depois, em agosto, Galípolo compartilhou uma avaliação mais otimista sobre o projeto. Em sua avaliação, o Drex pode contribuir para reduzir a taxa de juro do Brasil ao criar avanços na área de concessão de crédito com garantias.
Ele comentou ainda que as "transformações aceleradas" do ecossistema financeiro devido à digitalização, com a entrada de fintechs e empresas privadas de concessão de crédito para competir com instituições bancárias, a implementação do Pix e agora o Drex fortaleceram a economia brasileira, mas também introduziram novos desafios.