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Repórter do Future of Money
Publicado em 28 de março de 2025 às 11h02.
A fundação responsável pelo blockchain Sei avalia adquirir as operações da startup 23andMe, que declarou falência e entrou em recuperação judicial na última segunda-feira, 24. A empresa ficou famosa por oferecer testes genéticos que traçavam a "ancestralidade" dos seus clientes.
De acordo com informações divulgadas pela própria Fundação Sei em uma publicação nas redes sociais, o interesse surgiu da preocupação em torno dos dados sob responsabilidade da startup. Atualmente, estima-se que a 23andMe tenha informações genéticas de milhões de clientes.
"Nós acreditamos que a soberania de dados para os usuários é uma questão de segurança nacional. Quando uma empresa americana de biotecnologia pioneira quebra, os dados genéticos pessoais de milhões ficam vulneráveis para agentes que podem não ter valores de transparência e acesso aberto", disse a fundação.
Os responsáveis pelo blockchain Sei afirmaram ainda na publicação que a aquisição está sendo cogitada para "defender a privacidade genética de 15 milhões de americanos e para garantir que os seus dados serão protegidos pelas próximas gerações".
As regras da recuperação judicial da 23andMe obrigariam a compra da startup por um valor que ao menos iguale o montante devido pela companhia. Atualmente, o valor é estimado na casa dos US$ 214 milhões, e toda a operação precisaria de aprovação judicial.
Com a compra, a Sei cogita ainda inserir todos os dados genéticos reunidos pela 23andMe no seu blockchain. Na prática, a ação seria a maior até o momento no segmento de DeSci, sigla que se refere a projetos de ciências descentralizadas.
O princípio da DeSci é a incorporação da infraestrutura blockchain no processo científico, buscando mais transferência, acessibilidade e colaboração. Há, ainda, a possibilidade de usar criptomoedas como uma forma de reunir recursos financeiros para projetos.
A Sei disse que seria possível que os clientes da 23andMe retomassem o controle sobre seus dados, podendo inclusive optar por monetizá-los para pesquisas e receber parte dos lucros com as operações. Porém, ainda não está claro se a fundação tem os recursos necessários para realizar a compra, ou se ela seria autorizada.
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