FTX declarou falência nos Estados Unidos em novembro de 2022 (Reuters/Reuters)
Repórter do Future of Money
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 12h08.
A corretora falida FTX é uma das grandes responsáveis pelo intenso fluxo de saída de capital do ETF de bitcoin da Grayscale nos últimos dias, um movimento que tem desvalorizado o preço da criptomoeda. A informação foi revelada pelo site CoinDesk, que teve acesso aos dados sobre as operações da exchange.
A FTX declarou falência em novembro de 2022. À época, ela era a segunda maior corretora do mundo, mas o seu então CEO Sam Bankman-Fried cometeu uma série de práticas ilegais que, quando reveladas, geraram uma onda de saques que a exchange não conseguiu atender, levando à sua falência.
Desde então, a empresa está em recuperação judicial nos Estados Unidos e já havia revelado planos para se desfazer de ativos como forma de reunir capital para uma reestruturação e até um possível relançamento no mercado. Com as vendas de participações no fundo da Grayscale, essa ação parece ter se concretizado.
Os dados obtidos pelo CoinDesk apontam que a FTX já vendeu cerca de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões, na cotação atual) em participações no fundo da Grayscale. O fundo opera no mercado há anos e ganhou permissão da SEC em 10 de janeiro para ser convertido em um ETF.
Desde então, ele tem perdido investidores e capital. Especialistas apontam que a saída de investimentos é mais fácil agora que o fundo se tornou um ETF, sem cobrança de taxas, o que estimulou investidores a migrar para ETFs de bitcoin mais vantajosos ou então realizar os lucros de investimentos.
Até o momento, cerca de US$ 3,5 bilhões em participações no ETF da Grayscale foram vendidas. Pela dinâmica do ETF, após as vendas a Grayscale precisa vender a quantia equivalente em bitcoin. O movimento resultou em um aumento repentino na oferta da criptomoeda no mercado, reduzindo o seu preço.
A FTX adquiriu as participações no GBTC - o fundo da Grayscale - anos atrás. Atualmente, ela possui um lucro de cerca de US$ 900 milhões com a compra. À época, a corretora chegou a adquirir as participações por cerca de US$ 40,69, quando a negociação estreou nas bolsas dos Estados Unidos.
Para Fernando Pereira, analista da Bitget, a tendência é que o preço do bitcoin continue a cair: "O bitcoin iniciou a semana perdendo um importante suporte, o de US$ 40 mil. A maior probabilidade é de buscar o suporte de US$ 36 mil, como viemos alertando há alguns dias".
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