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FTX notifica clientes e promete começar a pagar dívidas após colapso

Corretora de criptomoedas está enviando informações para usuários sobre quantias presas na exchange

Corretora de criptomoedas FTX declarou falência em novembro de 2022 (Reuters/Reuters)

Corretora de criptomoedas FTX declarou falência em novembro de 2022 (Reuters/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 30 de março de 2023 às 11h46.

A corretora de criptomoedas FTX começou a notificar seus clientes nesta semana com a promessa de iniciar o ressarcimento dos valores perdidos por investidores após a falência da empresa. Atualmente, ela passa por um processo de reestruturação com acompanhamento de autoridades nos Estados Unidos.

De acordo com um e-mail enviado para clientes e obtido pela EXAME, a FTX está notificando clientes que possuem "um saldo positivo registrado em 11 de novembro de 2022", dia em que a companhia entrou com um pedido de falência nos EUA. O processo demanda o pagamento para os credores da instituição.

Pelas leis norte-americanas, os clientes que tinham criptomoedas depositadas na FTX entram na categoria de "pedidos não verificados e sem prioridade", o que significa que a corretora precisará quitar suas dívidas com outros credores antes de começar a ressarcir os clientes.

O processo começou com o envio de um código que reúne todas as informações da exchange sobre possíveis ativos que estão presos em seu sistema após a falência. Entretanto, será preciso que cada cliente entre com uma submissão de "prova de requisição", confirmando que eles realmente possuem os fundos informados.

Segundo a FTX, as autoridades norte-americanas ainda não definiram uma data para que essas submissões comecem a ser enviadas. Elas precisão ser enviadas por todos os credores, incluindo os que compõem o grupo prioritário de ressarcimento pela empresa, que chegou a ser a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo.

"O fornecimento de um código único de cliente não é uma admissão pelos devedores da validade de tais reivindicações ou uma renúncia de quaisquer defesas às mesmas", explica a FTX no e-mail enviado aos clientes. Ou seja, a empresa ainda poderá contestar submissões para não ressarcir fundos, dependendo do caso.

O e-mai enviado pela corretora de criptomoedas também traz um detalhamento sobre quais criptoativos de cada cliente foram registrados pela corretora. A FTX disponibilizava uma série de ativos para negociação, incluindo os mais famosos como o bitcoin e a stablecoin USDC. Até o momento, não há previsão de data de quando os pagamentos começarão a ser feitos.

Falência da FTX

A quebra da FTX pegou o mercado de surpresa em novembro de 2022. O caso começou quando o balanço da empresa de investimentos Alameda Research revelou uma alta quantidade de tokens nativos da exchange, o FTT. As duas companhias eram controladas por Sam Bankman-Fried, até então um bilionário do setor.

Em pouco tempo, o mercado identificou o uso de fundos de clientes pela FTX para ajudar a Alameda, o que levou a uma onda de pedidos de saques na corretora. Devido à falta de liquidez, a empresa não conseguiu arcar com todas as demandas, e precisou declarar falência, impossibilitando a recuperação de fundos pelos clientes.

Desde então, o seu fundador foi preso e aguarda julgamento nos Estados Unidos, assim como outros executivos. Já o controle da FTX passou para o executivo John Ray, famoso por lidar com outros processos de reestruturação de empresas pós-falência. Atualmente, seu foco é na venda de ativos da corretora de criptomoedas para pagamento de credores.

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